https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/issue/feed Revista Mediação 2025-12-19T21:57:17+00:00 revistamediacao@fumec.br Open Journal Systems <p><span data-olk-copy-source="MessageBody">A Revista Mediação tem dupla vinculação na Universidade FUMEC: cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCH) e Programa de Mestrado e Doutorado em Tecnologia da Informação e Comunicação e Gestão do Conhecimento da Faculdade de Ciências Empresariais (FACE). Periódico eletrônico semestral, a revista é voltada para a divulgação de trabalhos acadêmicos prioritariamente das seguintes áreas: comunicação, linguagem e semiótica, teorias e epistemologia da comunicação, estudos interdisciplinares da comunicação, comunicação e sociabilidade, comunicação, política, ética e cidadania, comunicação especializada e organizacional, jornalismo comparado, comunicação audiovisual, comunicação e multimídia, comunicação e cibercultura, comunicação e marketing, jornalismo esportivo, fotografia, cinema, videoarte, música, arte digital, web-art, inteligência artificial, publicidade. Os temas são livres, mas podemos convidar os autores à participação em dossiês temáticos, a serem divulgados amplamente.</span></p> https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10742 SE NOS CORTAM AS ASAS, NÃO SOMOS ASAS CORTADAS, PODEMOS VOAR OUTRA VEZ 2025-10-02T17:37:27+00:00 Aline Barasuol abarasuol@hotmail.com <p>Com sustentação na virada estética dos estudos organizacionais, este texto propõe um refletir filosófico em diálogo cooperativista, a partir de experiências de uma jovem mulher que esteve à frente de uma cooperativa-escola e igualmente de minha trajetória enquanto educadora e pesquisadora imersa nos coletivos e ambientes cooperativos. A reflexão que surge nestas linhas é expansão de tese doutoral, mas que ganha novas roupagens a partir de minhas imersões filosóficas, em especial com as perspectivas existencialistas que possibilitam vislumbrar novos horizontes de reflexão, até então não aprofundados no cooperativismo. De forma breve, o que aqui se propõe nos coloca em perspectiva, enquanto jovens e mulheres, somos igualmente sujeitos agentes do e no mundo e enquanto força criativa temos, igualmente, a possibilidade de construir um cooperativismo com sustentação na diversidade.&nbsp;</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10744 Narrativa jornalística e enquadramento imagético das condições de vulnerabilidade de povos migrantes na fronteira México-Estados Unidos 2025-10-09T15:16:30+00:00 Camila Fernandes camila.sfernandes@outlook.com Ângela Cristina Salgueiro Marques angelasalgueiro@gmail.com Vanessa Cardozo Brandão vcbrandao@gmail.com <p>Neste artigo olhamos para imagens fotojornalísticas feitas para uma matéria da BBC News que acompanha voluntários da equipe de resgate “Águias do Deserto”, responsável por percorrer o inóspito deserto de Sonora, na fronteira México e Estados Unidos, em busca de migrantes perdidos ou mortos. Selecionamos imagens e relatos que nos permitem dialogar com Judith Butler (2004, 2015, 2019) e Marielle Macé (2018), visando refletir sobre a importância de uma responsabilidade ética corporificada a ser construída a partir da consideração de povos migrantes e da enlutabilidade de suas vidas. Assim, consideramos que o fazer jornalístico pode interferir nas lógicas e nos esquemas de inteligibilidade que conduzem os julgamentos morais acerca das vidas que merecem ser protegidas ou não.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10763 Diversidade Padronizada 2025-10-13T18:01:53+00:00 Vírnia Maria Peixoto Martins virniamartinsmp@gmail.com Fernanda Ariane Silva Carrera fernanda.carrera@eco.ufrj.br <p>Este artigo tem como objetivo discutir a representação de corpos diversos na mídia por meio de uma pesquisa exploratória, buscando identificar a existência de um possível movimento de padronização da diversidade corporal. A investigação se apoia em uma fundamentação teórica ancorada no conceito de biopolítica com o intuito de compreender os mecanismos de controle, enquadramento e hierarquização dos corpos no cenário midiático contemporâneo. Ao analisar essas dinâmicas, propõe-se identificar padrões de visibilidade e apagamento na representação de corpos historicamente marginalizados, oferecendo subsídios para a proposta do conceito de acorporalização midiática.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10766 As narrativas além das cicatrizes 2025-10-13T18:09:35+00:00 Thais Ortega Pichinin tha.ortegapichinin@gmail.com <p>O presente artigo propõe uma reflexão teórico-analítica, de natureza ensaística, da canção “Amarelo”, de Emicida, como ponto de partida para discutir a representação de sujeitos historicamente silenciados. Com base nos aportes teóricos de Judith Butler, Saidiya Hartman e Eni Orlandi, analisa-se a construção da visibilidade e os efeitos do silêncio e do apagamento na constituição dos sujeitos. Discute-se o meio-plágio como mecanismo de roubo de autoria, como forma de silenciamento, impactando na construção da identidade do sujeito. Defende-se, por fim, a importância de promover discursos que valorizem as vidas em sua inteireza, para além das narrativas de dor e sofrimento, contribuindo para uma representação mais justa e plural da diversidade social e criação de novos imaginários.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10747 A Gorda Estereotipada 2025-10-23T15:09:09+00:00 Roberta Barboza de Oliveira Machado roberta.machado@acad.ufsm.br Liliane Dura Brignol liliane.brignol@ufsm.br <p><span style="font-weight: 400;">O artigo analisa as representações de mulheres gordas em séries de </span><em><span style="font-weight: 400;">streaming</span></em><span style="font-weight: 400;">, partindo da hipótese de que esses corpos ainda são majoritariamente associados a estereótipos excludentes. O objetivo é compreender como tais personagens são construídas narrativamente e como essas imagens são recebidas pelo público. A metodologia combina análise de conteúdo de dez personagens femininas com um estudo de recepção baseado em questionário respondido por 78 mulheres gordas. Os resultados indicam que as representações permanecem restritas a categorias descritas no texto, embora haja exemplos que tensionam esses padrões. Conclui-se que, apesar de avanços pontuais, as narrativas ainda reforçam a marginalização simbólica de mulheres gordas.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10768 Quando o laudo do autismo vira post 2025-10-23T15:17:40+00:00 Cilene Victor cilenevictor@gmail.com Amanda Ganzarolli aamandaganzarolli@gmail.com <p>A crescente visibilidade de condições neurológicas, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), vem acompanhada da banalização do diagnóstico no espaço público. A divulgação de laudos em redes sociais, “chás de revelação de diagnóstico” e conteúdos virais que associam comportamentos a transtornos revelam a tensão entre informação científica e espetacularização midiática. O estudo investiga em que medida a exposição de laudos médicos contribui para a conscientização ou descredibilização das lutas das pessoas com deficiência e transtornos do neurodesenvolvimento. Fundamenta-se na comunicação e percepção de riscos e em pesquisas sobre neurodiversidade e mídias digitais. O corpus reúne postagens no Instagram analisadas pela técnica de análise de sentimento (Maia e Hauber, 2022). Os resultados mostram que, embora o compartilhamento digital de diagnósticos possa fortalecer identidades, tende também a simplificar condições complexas e reforçar estigmas. Conclui-se que a forma de comunicar diagnósticos nas mídias sociais é determinante para seus efeitos simbólicos e deve seguir princípios éticos da comunicação de riscos.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10770 Jornalismo sonoro com perspectiva de gênero 2025-10-17T12:54:52+00:00 Debora Cristina Lopez debora.lopez@ufop.edu.br Gabriely Lemos lemosgabriely@hotmail.com <p>Este artigo analisa o tratamento jornalístico do aborto legal na série especial <em>Sala de Espera</em>, do podcast <em>Rádio Novelo Apresenta</em>. A partir de um estudo descritivo dos três episódios que compõem a série, buscamos compreender de que modo os recursos sonoros são mobilizados na abordagem de um tema atravessado por disputas em torno da manutenção de direitos e impactado pela ascensão de pautas conservadoras na sociedade brasileira. A análise considera a construção da narrativa sonora sob a perspectiva de gênero, tomando-a como categoria orientadora, e utiliza operadores descritivos como o perfil das fontes, a angulação dos episódios, a elaboração do contexto informacional e a articulação das histórias de vida como estratégia de resistência à desumanização.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10769 Acessibilidade, comunicação e inclusão de trabalhadores com deficiência no contexto europeu 2025-10-23T15:21:37+00:00 Guilherme Ferreira de Oliveira guilherme.f.oliveira@unesp.br Roseane Andrelo roseane.andreo@unesp.br <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo deste trabalho é identificar as discussões sobre acessibilidade para a inclusão de trabalhadores com deficiência no ambiente de trabalho no contexto europeu, para em seguida estabelecer pontes e traçar paralelos com as discussões vigentes no campo da Comunicação Organizacional e das Relações Públicas brasileiro. Com base na experiência em e observação de três congressos internacionais de campos correlatos (</span><em><span style="font-weight: 400;">Colloque Ges’Handi</span></em><span style="font-weight: 400;">/França, </span><em><span style="font-weight: 400;">DARCI Conference</span></em><span style="font-weight: 400;">/Reino Unido e </span><em><span style="font-weight: 400;">26th Euprera Congress</span></em><span style="font-weight: 400;">/Suécia), realizamos uma experimentação metodológica: trata-se de um relato de experiência com um estudo de caso múltiplo, com o uso das técnicas de diário de campo e observação participante. Como resultado, identificamos temáticas emergentes, como índices de participação no trabalho e o surgimento do profissional </span><em><span style="font-weight: 400;">Access Coordinator</span></em><span style="font-weight: 400;">. Entretanto, as discussões tratam especificamente da comunicação, mas sem assim nomeá-la, e o campo das Relações Públicas e da Comunicação Estratégica europeu não discute a temática.</span></p> <p>Abstract:<br><span style="font-weight: 400;">This paper aims to identify how accessibility and the inclusion of workers with disabilities are being discussed in the European workplace context, and subsequently to establish connections and draw parallels with ongoing debates in the Brazilian fields of Organizational Communication and Public Relations. Drawing on insights from the experience and observation of three international conferences in related fields (</span><em><span style="font-weight: 400;">Colloque Ges’Handi</span></em><span style="font-weight: 400;">/France, DARCI Conference/UK, and the 26th Euprera Congress/Sweden) the study adopts a methodological experimentation that combines an experience report with a multiple case study. Field diary and participant observation techniques were employed. The findings reveal emerging themes, such as workforce participation indicators and the growing relevance of the Access Coordinator as a professional role. Although communication issues are present in the discussions, they are rarely identified or conceptualized as such. Within European Public Relations and Strategic Communication research, the topic of accessibility and inclusion remains underexplored</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10772 O papel das representações jornalísticas na Cultura do Estupro 2025-10-24T20:54:22+00:00 Helen Pinto de Britto Fontes brittohelen@id.uff.br Giulia Navarro giulianavarro@id.uff.br <p>O jornalismo é, ainda na sociedade pós-moderna, um dos principais meios de informação e absorção de conhecimento. Logo, as escolhas narrativas e estruturais feitas no momento de produção das notícias geram um impacto no cotidiano, pois podem influenciar nas percepções do senso comum, afetando a forma como são interpretados, por exemplo, casos de violência sexual. Por isso, o objetivo deste trabalho é compreender se o jornalismo age diretamente na manutenção da cultura do estupro no cotidiano a partir da presença de representações que culpabilizam mulheres e/ou inocentam homens aos relatar casos de estupro. Para isso, partimos da Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin (2010) para categorizar matérias jornalísticas e perceber padrões que corroboram para a vigência da cultura do estupro. Utilizamos ainda as ideias de Sodré (2009), Thompson (1998) e Kellner (2001) para fundamentar a relevância das representações midiáticas no cotidiano. Compreendemos que esse cenário permissivo a violências é calcado em instituições sociais que reforçam a dominação masculina através de propagações discursivas, garantindo a manutenção de relações de poder em que a mulher é submissa. Entender os fatores que afetam esse padrão é essencial para aprimorar os debates acerca da violência de gênero em nosso cotidiano. As discussões fomentadas nesse estudo podem auxiliar a compreensão do papel do jornalismo no combate à violência contra mulher, acrescentando novos pontos de debate sobre o cenário da cultura do estupro.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10773 Lesbocídios noticiados pelo jornalismo 2025-10-17T14:41:12+00:00 Paulo Bernardo Ferreira Vaz paulobvaz@gmail.com Maria Clara Soares Rodrigues mariaclarasoaresrodrigues@gmail.com Steyce Dayane Lopes steyce6@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo trata de uma análise dos textos verbo-visuais de seis notícias jornalísticas sobre casos de lesbocidios de </span><span style="font-weight: 400;">Gerciane Pereira de Araújo, Jakeline </span><span style="font-weight: 400;">Galdino da Silva e Gilmara de Almeida Lopes. O objetivo central é compreender como </span><span style="font-weight: 400;">o jornalismo contribui para a constituição de imaginários sociais a respeito das lesbianidades. A anális</span><span style="font-weight: 400;">e </span><span style="font-weight: 400;">é centrada nos elementos tipográficos e nos textos visuais utilizados. Os procedimentos metodológicos para estudar esses materiais consistem em dividi-los em categorias técnicas de análise que permitem olhar para os aspectos estruturais e observar os sentidos que emergem. Como resultado, foi possível notar o imbricamento do jornalismo com os quadros normativos que definem os corpos que importam ou não e, consequentemente, o modo como as narrativas devem ser feitas. Além disso, apesar da distância temporal entre os casos, ficou evidente que estratégias de sensacionalismo, apagamento e violência midiática perduram ao longo do tempo sobre os corpos lésbicos.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10775 EPISTEMOLOGIA DA ESCUTA EM COLETIVOS DE MULHERES COMUNICADORAS 2025-10-16T18:13:06+00:00 Paulo Giraldi paulogiraldi2@gmail.com <p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: medium;">O artigo analisa os dados da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher (DataSenado, 2023), com foco nos estados da Amazônia Legal, à luz do ensaio teórico da Epistemologia da Escuta, proposto pelo autor. A partir dessa perspectiva, busca-se compreender a violência de gênero como fenômeno comunicacional e estrutural (SCOTT, 1988), evidenciando o papel dos coletivos de mulheres comunicadoras como instrumentos políticos de resistência e transformação social (PAIVA, 2022). O estudo adota uma abordagem crítica e interdisciplinar, articulando dados quantitativos nacionais e regionais à leitura teórica de autoras decoloniais e feministas negras (RIBEIRO, 2018; GONZALEZ, 2020). Os resultados apontam para a persistência das desigualdades e para a subnotificação da violência na região amazônica, com crescimento dos homicídios e feminicídios, reforçando a importância da comunicação feminista, comunitária e em rede na construção de estratégias da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e na democratização da informação.</span></span></span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10776 Através da retina 2025-10-17T13:07:50+00:00 Bárbara Matias barbaralimam55@gmail.com Nayara Souza souza.nayaralu@gmail.com <p>Este artigo propõe observar a cobertura de casos de feminicídio pela agência de comunicação <em>Alma Preta</em> a partir dos conceitos de “deslocamento da retina” (Sharpe, 2023) e “drible” (Moraes, Lima, 2023). Ao examinar essas práticas, o texto reflete sobre a continuidade de uma tradição de organização política presente desde o século XIX, na imprensa negra e que se configurou como um espaço de resistência com tecnologias próprias que indicam modos de complexificar as coberturas jornalísticas de violência de gênero que tem como vítimas principais no país as mulheres negras.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10778 El camino es junto 2025-10-27T12:15:55+00:00 Angie Biondi angiebiondina@gmail.com Rita Maria Radl-Philipp ritam.radl@usc.es Luis Alberto Fernández Silva luisfersilva679@gmail.com <p>Argumentamos que imagens de ações feministas não têm como objetivo a constituição de um registro documental, mas compreendem parte da estratégia ativista de reivindicação que assume o campo visual como elemento do debate público. Produção e circulação de imagens não se restringem à composição de arquivos, mas funcionam como recursos mobilizadores da ação operando uma potencialidade sensível e discursiva própria da experiência política contemporânea (Calderón, 2020; Vacarezza, 2024), cujo campo de aparecimento ainda é regulado por normas de reconhecimento (Butler; Athanasiou, 2023). A imagem compõe um elemento de linguagem performativa ligado às formas diferenciais pelas quais sujeitas passam a se tornar reconhecíveis e memoráveis no espaço público (Jelin, 2024). Sob quadro teórico-crítico da estética e da comunicação, notamos como a fotografia de Lucía Prieto mira as ruas argentinas para captar a força sensível de um <em>zeitgeist,</em> forjada pelo levante de corpos pelos direitos sexuais e reprodutivos.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10780 Dissidências em intersecção 2025-10-17T13:21:42+00:00 Paula Silveira-Barbosa paulaevelyn.b@gmail.com Dayane do Carmo Barretos dayanecbarretos@gmail.com Raabe Cesar Moreira Bastos raabebastos19@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo, refletimos sobre o relacionamento lésbico entre uma mulher cis e uma mulher trans no filme </span><em><span style="font-weight: 400;">Emilia Pérez</span></em><span style="font-weight: 400;">, que evidencia a interseccção entre dissidências de gênero e de sexualidade. Compreendemos que a obra, que levantou críticas com relação à forma estereotipada com que retratou o contexto mexicano e o processo de afirmação de gênero pelo qual a personagem principal passou, permite um debate produtivo sobre os modos com que a lesbianidade aparece em produções audiovisuais. Para tanto, acionamos um arcabouço conceitual de estudos de gênero e sexualidades, em especial voltado às lesbianidades e apresentamos as reflexões propostas a partir de três eixos centrais: a relação lésbica para além do sofrimento, as representações audiovisuais, no cinema e na pornografia, das identidades trans e lésbicas e a representação do processo de afirmação de gênero.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10779 A Jornada da Vilã 2025-10-16T18:23:37+00:00 MARCELLA FERRARI BOSCOLO marcellaferrari.jor@gmail.com Maria Ignês Carlos Magno unsigster@gmail.com <p>O artigo investiga as representações da vilania feminina na telenovela brasileira como figurações do imaginário social, articulando a teoria dos regimes do imaginário de Gilbert Durand (1992) ao dispositivo melodramático. Propõe-se uma cartografia simbólica que mapeia permanências e mutações de arquétipos do “feminino perigoso”, tomando como corpus vilãs de alta repercussão no horário nobre da televisão. Argumenta-se que a vilania mobiliza um imaginário noturno de desejo, ambiguidade e transgressão que o melodrama acolhe para, ao final, conter por meio de rituais de punição, restaurando a ordem moralizante do melodrama. Em diálogo com Murdock (2022), o trabalho contrapõe a jornada integrativa da heroína à figuração não conciliatória da vilã, cuja centralidade narrativa se destaca em obras como Vale Tudo (1988), cresce no período da “virada mimética” da vilania estudado na telenovela A Favorita (2008), passa pelo protagonismo ambíguo de Senhora do Destino (2004) e atinge seu apogeu na gramaticalização da vilania em Beleza Fatal (2025). Conclui-se que essas representações expõem os limites de hospitalidade aos corpos femininos no espaço midiático, fazendo da telenovela um campo de dissenso afetivo onde direitos de existência e imaginário de punição permanecem em disputa.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10781 Narrar a si em pandemia 2025-10-16T18:27:26+00:00 Maurício João Vieira Filho mauriciovieiraf@gmail.com Mariana Ramalho Procópio mariana.procopio@ufv.br <p>Neste artigo, objetivamos discutir como as experiências de violências sofridas por pessoas LGBTQIA+ na e além da pandemia de covid-19 são narradas a partir do reconhecimento das interseccionalidades e dos sentidos acionados na elaboração das próprias histórias de vida. Por meio de um duplo movimento metodológico, fomos guiados pelos afetos e selecionamos indícios de narrativas de si presentes no livro Histórias da queerentena. Os resultados da pesquisa indicam que a violência faz parte da nossa experiência em um lastro histórico de ações que se direcionam contra nós. Com as narrativas de vidas LGBTQIA+, notamos como as precariedades corroboram na intensificação das violências e dos isolamentos que não são somente presentes na pandemia de covid-19, mas ao longo de toda a vida em razão das relações de poder.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10782 Pesquisa em acessibilidade comunicativa 2025-10-27T11:31:42+00:00 Samara Wobeto samara.wobeto@acad.ufsm.br Viviane Borelli viviane.borelli@ufsm.br <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo parte de experiência em pesquisa experimental para tecer reflexões éticas e metodológicas sobre investigações em acessibilidade comunicativa, mídia e deficiência. Como campo de estudos ainda em construção, existem dificuldades de encontrar referências e bancos de dados consolidados, o que incide em estudos com contornos tentativos e necessidade de desenhos metodológicos que possibilitem a construção destes conjuntos. Estes movimentos trazem dificuldades em relação às dimensões ética e metodológica e à importação de métodos e técnicas de outras áreas do conhecimento. A partir de pesquisa de dissertação, que investigou a inserção da acessibilidade comunicativa na formação de jornalistas, articulamos relato de experiência com reflexões éticas, metodológicas e epistemológicas. Defendemos que as pesquisas em acessibilidade comunicativa, mídia e deficiência adotem perspectivas decoloniais para a produção de ciência, pensando não apenas na localização geográfica, mas também na contribuição de conhecimentos produzidos por outras corporalidades. Consideramos estratégica a adoção de protocolos de aplicação de entrevistas, coletas e análise de dados, a fim de aumentar o rigor dos resultados. Refletimos sobre procedimentos éticos, o que inclui a submissão do projeto em Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, mas também incide na dimensão da teoria e escolhas metodológicas - e que exige vigilância epistemológica constante. Por fim, pesquisas experimentais devem ser consideradas como possibilidade de construção do respectivo campo de conhecimento e, consequentemente, de avanço científico.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10784 Movimento Clean Girl 2025-10-23T13:22:31+00:00 Augusto Molinari Veloso Fonseca emaildoaugustomolinari@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O artigo investiga o movimento estético </span><em><span style="font-weight: 400;">Clean Girl</span></em><span style="font-weight: 400;"> como um fenômeno sociopolítico que transcende a moda, atuando como dispositivo de controle simbólico sobre corpos femininos. A estética da neutralidade e da “pureza” impõe comportamentos padronizados, excluindo identidades dissidentes e racializadas, ao mesmo tempo que reforça valores conservadores e eurocêntricos. Ao articular moda, consumo, redes sociais e discursos religiosos, o estudo evidencia como o </span><em><span style="font-weight: 400;">Clean Girl</span></em><span style="font-weight: 400;"> integra microfascismos cotidianos e práticas de higienização visual. Nesse cenário, a tatuagem surge como gesto de resistência e reinscrição identitária, frequentemente silenciado pelo ideal de corpo neutro e “limpo”. Assim, escolhas estéticas apresentadas como naturais revelam-se estratégias políticas de regulação moral e sociocultural. Conclui-se que a estética </span><em><span style="font-weight: 400;">Clean Girl</span></em><span style="font-weight: 400;"> não apenas produz imagens, mas também reproduz regimes de poder que disciplinam, apagam e hierarquizam corpos e subjetividades.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10785 A Cisheteronormatividade e a invisibilidade no jornalismo 2025-10-17T13:39:13+00:00 Rafael Rodrigues Pereira rafa.rpereira@gmail.com <p><strong>Resumo:</strong> <span style="font-weight: 400;">O presente artigo propõe uma reflexão acerca do discurso jornalístico, concebendo-o como elemento estruturante na construção de narrativas sociais. O objetivo geral consiste em investigar, a partir de 30 textos publicados no jornal Folha de S. Paulo, os processos de visibilização e invisibilização de identidades e sexualidades por meio das marcas linguístico-discursivas presentes no gênero notícia. Para a operacionalização da análise, adotou-se como base teórico-metodológica o modelo tridimensional de Fairclough e o inventário sócio-semântico, proposto por Theo van Leeuwen. Os resultados indicam que, embora as representações sejam heterogêneas, os processos comunicacionais tendem a refletir e reproduzir normas, valores e estereótipos relacionados a gênero e sexualidade. Ademais, verificou-se a recorrente exclusão ou apagamento das vozes LGBTQIAP+ nas notícias analisadas, sendo a presença de fontes oficiais predominante, ao passo que sujeitos dissidentes aparecem de forma pontual</span><span style="font-weight: 400;">.</span></p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10787 ENTRE O SILÊNCIO E A RESISTÊNCIA 2025-10-27T11:45:13+00:00 KATIA BIZAN k.bizan@gmail.com <p>Este artigo propõe uma reflexão teórico-semiótica sobre o silêncio como signo e como gesto de resistência feminina ao longo da história, da cultura midiática e diante das violências de gênero, incluindo o feminicídio. A partir da semiótica de Charles Sanders Peirce, o texto analisa como o silêncio — imposto, assumido ou estratégico — se transforma em linguagem simbólica e instrumento ético de resistência. Ao evocar figuras como Joana d’Arc, Frida Kahlo, Simone de Beauvoir e Clarice Lispector, o estudo investiga a maneira como o patriarcado molda regimes de silenciamento e como as mulheres reconfiguram esses espaços de interdição em enunciações simbólicas. Propõe-se ainda o conceito de silêncio sistêmico, entendido como estrutura semiótica e social que atravessa corpos, instituições e narrativas, naturalizando desigualdades e perpetuando a invisibilidade, e evidenciando contextos de opressão extrema como o feminicídio.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10789 UM ROSTO INTRIGANTE 2025-10-27T11:46:54+00:00 Joedson Kelvin Felix de Oliveira joedsonkelvin23@gmail.com Elane Abreu de Oliveira elane.abreu@ufca.edu.br <p>Benigna Cardoso da Silva, beata cearense “sem face”, vítima de feminicídio, possui uma história intrigante e marcada por ausências. Por não ter um retrato fotográfico, as tentativas de chegar a seu rosto são muitas. Mostramos neste texto algumas imagens e as discutimos com a finalidade de identificar signos, traços ressaltados em memórias, e quais são atenuados ou apagados em imagens construídas pela Igreja Católica, e que vieram a público. A imagem do rosto que se cristaliza responde a imperativos e imaginários tecnológicos, religiosos, midiáticos, culturais e políticos que transcendem a época em que viveu a menina, e comunica uma existência humana atravessada por marcadores de opressão social que ecoam em nossos tempos. Aqui destacamos evidências empíricas e articulações teórico-interpretativas por meio das quais pontuamos: a imagem pública de Benigna persiste apontando para apagamentos e violências intencionais, e sublinha a resistência da sua memória marcada pela insuficiência de um rosto único.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10790 CAPACITISMO ALGORÍTMICO NO CHATGPT 2025-10-27T11:48:36+00:00 André Silva andregs15@gmail.com Elaíde Martins elaide@ufpa.br <p>Este trabalho tem como propósito examinar de que forma algoritmos empregados na Inteligência Artificial, podem reproduzir práticas capacitistas, contribuindo para a consolidação de uma nova modalidade de discriminação em direção as pessoas com deficiência, surgida no contexto da era digital, o capacitismo algorítmico. O artigo traz um estudo acerca da articulação entre o processo de midiatização (Hjarvard, 2014; Sodré, 2006; Ferrara; 2022) o uso de tecnologias baseadas em Inteligência Artificial — operadas por algoritmos enviesados — e a discriminação algorítmica (Silva, 2020; Monagreda, 2024). Essa discriminação pode acarretar impactos negativos significativos para as pessoas com deficiência, especialmente ao reforçar estigmas e exclusões nos ambientes digitais. A pesquisa parte da premissa de que a discriminação algorítmica constitui um risco concreto para as pessoas com deficiência, e busca evidenciar isso através de uma análise de conteúdo (Bardin, 1977) feita através da Inteligência Artificial Generativa, ChatGPT da empresa OpenAI, no sentido de como o ChatGPT inclui ou não as pessoas com deficiência ao produzir representações visuais e textuais levando em consideração a pluralidade e a diversidade humana. Os resultados revelaram que o ChatGPT não conseguiu incluir as pessoas com deficiência como sendo constituintes da diversidade humana e, portanto, podem intensificar preconceitos e práticas capacitistas no ambiente digital reforçando assim o capacitismo algorítmico.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10791 A tentativa de silenciamento das pessoas com deficiência e a prática emancipadora da comunicação 2025-10-27T11:49:39+00:00 Marcela Fernanda da Paz de Souza marcela.souza@uemg.br <p>A eugenia e a prática capacitista são ferramentas cruéis na exclusão das pessoas com deficiência dos espaços de socialização e lazer; reduzem as possibilidades comunicativas e de acessibilidade; mitigam as chances destes grupos de inserção no mercado de trabalho; bem como, limitam a participação e permanência em escolas e universidades, impondo-lhes barreiras humanas e físicas e de difícil transposição. O objetivo da reflexão é identificar a viabilidade da extensão universitária para fomentar a prática/comportamento anticapacitista. Este estudo é feito com a avalição do desenvolvimento e da aplicabilidade da comunicação digna para e/da pessoa com deficiência fomentada pelo projeto de Extensão ‘A falácia da Incapacidade e a estrutura do capacitismo’. A metodologia do artigo concentra-se na compreensão relacional da eugenia e do capacitismo; no diagnóstico de questões candentes ao Capacitismo, de urgente resolução social; bem como, indica os produtos e processos comunicativos desenvolvidos pelo projeto para descontruir a discriminação e ampliar o conhecimento da comunidade sobre as ações excludentes contra esta comunidade, como termos pejorativos, como ‘João sem Braço’ e falta de estrutura arquitetônica e de mobilidade urbana. O estudo demonstrou que as oficinas realizadas com pessoas privadas de liberdade e estudantes; a produção de conteúdos informativos e de manual para imprensa favorecem o combate à discriminação. O público-alvo diretamente alcançado pelo projeto é, de aproximadamente, 150 pessoas e, de maneira indireta, o número estimado é de 50.000 cidadãos.</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10796 VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO E PRODUCÃO ACADÊMICA NO BRASIL 2025-10-20T03:11:36+00:00 Vanilda Cantarino de Magalhães cantarinomagalhaes.vanilda@ufjf.br Telma Johnson telma.johnson@ufjf.br <p>O artigo apresenta resultados da produção acadêmica brasileira sobre a violência política de gênero (VPG), no período de 2020 a 2024, no campo da Comunicação. O recorte temporal demarca registros imediatamente antes e após a Lei nº 14.192, de 2021, que tornou crime e tipificou a violência política de gênero no Brasil. No desenho metodológico da pesquisa, adota-se a abordagem Estado da Arte (Farias, 2024; Ferreira; 2002; Teixeira, 2023) para as etapas de coleta e análise de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da Capes e de anais de eventos acadêmicos da área da Comunicação. Os achados revelam a incipiência de trabalhos na Comunicação, sinalizando o potencial aberto para futuras pesquisas que problematizem desigualdades e injustiças de gênero em cenários políticos de exacerbada polarização com usos de diferentes faces do negacionismo, favorecidos pelas mídias digitais</p> 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10755 Editorial 2025-10-10T13:50:22+00:00 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação https://revista.fumec.br/index.php/mediacao/article/view/10898 DISPUTAS E DISSENSOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 2025-12-19T21:49:03+00:00 Sônia Caldas Pessoa naoinformado@naoinformado.com Phellipy Pereira Jácome naoinformado@naoinformado.com 2025-12-19T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Revista Mediação