As culturas infantis e os projetos de jogos e brincadeiras em espaços de Educação Infantil: um estudo de caso

Autores

  • Rogério Correia da Silva

Palavras-chave:

Brincar. Educação Infantil. Culturas infantis.

Resumo

Quais conceitos são considerados fundamentais na elaboração de projetos voltados para jogos e brincadeiras nas instituições de Educação Infantil? Em que medida, ao elaborarmos projetos de jogos e brincadeiras, levamos em conta aquilo que as crianças produzem e a forma como se apropriam daquilo que lhes apresentamos? Neste texto, articulamos o brincar a outros conceitos importantes de uma discussão mais ampla relacionada à formulação de um projeto educativo para a infância: o próprio conceito de infância, de criança e o de socialização. Esses conceitos trazem suas contribuições à medida que, aos explicitá-los em nossos projetos de intervenção, eles nos provocam com suas indagações, renovam nossos olhares sobre discussões já um tanto embotadas, ajuda-nos a pensar se nosso projeto de fato contribui para a melhoria da existência de nossas crianças. Pensando um pouco nesta capacidade de renovação que as teorias possibilitam à nossa prática destacamos um tema ainda pouco presente em projetos de intervenção sobre jogos e brincadeiras infantis: as brincadeiras produzidas pelos próprios grupos de crianças, as culturas infantis. Embora a brincadeira infantil seja um tema fundante das próprias instituições de Educação Infantil, sua concepção como fruto de uma cultura infantil é algo bem mais recente, especialmente quando pensamos sua presença no espaço escolar. As brincadeiras pensadas como parte da produção cultural dos grupos infantis redimensionam não somente aquilo que pensamos sobre o brincar, como também nossa visão sobre a presença das crianças nas instituições de Educação Infantil. Pesquisas recentes dão conta não apenas dessa discussão, mas articula-as à revisão do conceito de socialização colocando-nos diante de crianças consideradas seres plenos (e não mais adultos em miniatura), atores sociais ativos, capazes de criar um universo sociocultural próprio. A apresentação de um estudo de caso vem responder a essas indagações na forma da análise de um projeto de jogos e brincadeiras desenvolvido numa instituição de Educação Infantil.

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