Coronelismo e carreira docente em Minas Gerais

Autores

  • Eliana de Oliveira

Palavras-chave:

Profissão docente. Clientelismo. Mandonismo.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir sobre a influência da política coronelística no processo de organização do trabalho dos professores públicos primários em Minas Gerais nos anos iniciais do período republicano. Parte-se da premissa de que as reformas do ensino empreendidas pelos governantes mineiros nas primeiras décadas do regime republicano, para além de reorganizar os tempos e espaços escolares, numa perspectiva mais racional da divisão do trabalho, não se fizeram sem ocorrência de intensos conflitos entre professores e autoridades locais, como consequência da ingerência política na organização da carreira docente. Minha principal hipótese é a de que as tensões entre as dificuldades materiais para o exercício do magistério e a acentuada interferência política no cotidiano das relações escolares contribuiu para certa vulnerabilidade na constituição da carreira, devido, principalmente, ao predomínio das ações de clientelismo e mandonismo na escola pública primária. A análise das relações escolares se fundamentou na teorização de Norbert Elias, dando visibilidade à dinâmica relacional de interdependência presente no processo de escolarização e problematizando, assim, a existência de equilíbrios diferenciados de poder entre professores e chefes políticos locais. As principais fontes utilizadas foram os documentos que se encontram no Arquivo Público Mineiro, como as correspondências enviadas a Secretaria do Interior, contendo cartas de professores, diretores de grupos escolares e relatórios de inspetores sobre o cotidiano do trabalho docente.

Biografia do Autor

Eliana de Oliveira

Pedagoga (2007) e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (2011), Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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Publicado

04/11/20

Edição

Seção

Artigos