DIMENSÕES CULTURAIS E COMPORTAMENTO DE RISCO DOS BRASILEIROS

Autores

Palavras-chave:

Dimensões cultuais, Teoria dos Prospectos, apetite por risco, aversão à incerteza, Individualismo

Resumo

Este estudo teórico-empírico tem como objetivo mapear as características culturais dos brasileiros que compõem a amostra analisada, com base nas dimensões culturais de Hofstede, e verificar a relação entre os valores culturais e o comportamento de risco nas tomadas de decisão em cenários de ganho e de perda. Para isso, foi aplicado um questionário via e-mail e redes sociais, obtendo-se respostas de 448 participantes. Utilizou-se o método dos mínimos quadrados ordinários com inferência estatística via bootstrap. Das hipóteses testadas, constatou-se uma influência positiva entre a aversão à incerteza e o prêmio relativo ao risco no modelo de ganho. Ademais, houve resultados estatisticamente significativos entre variáveis de controle e o apetite pelo risco. O estudo contribui para o preenchimento da lacuna de pesquisa e para a ampliação do conhecimento na área, destacando a importância de conhecer as diferenças culturais entre as regiões brasileiras e os possíveis impactos no comportamento frente ao risco para empresas e formuladores de políticas públicas.

Referências

Beaton, D. E., Bombardier, C., Guillemin, F., & Ferraz, M. B. (2000). Guidelines for the Process of Cross-Cultural Adaptation of Self-Report Measures. Spine. 25(24), 3186–3191. doi: 10.1097/00007632-200012150-00014

Bontempo, R. N., Bottom, W. P., & Weber, E. U. (1997). Cross-Cultural Differences in Risk Perception: A Model-Based Approach. Risk Analysis. 17(4), 479-488. doi: 10.1111/j.1539-6924.1997.tb00888.x

Botelho, I. Dimensões da Cultura e Políticas Públicas. (2001). São Paulo em perspectiva. 15(2), 73-83. doi: 10.1590/S0102-88392001000200011

Caetano, J. R. (2003). Paraná não é Sergipe. Exame. 37(12), 16-18.

Casagrande, R. M.,& Machado, D. D. P. N. (2016) Cultura organizacional como fator complementar às dimensões culturais de Hofstede. Revista Pretexto. 17(4), 81-94. doi:

http://dx.doi.org/10.21714/pretexto.v17i4.3126.

Chen, X-J., Ba, L., & Kwak, Y. (2020). Neurocognitive underpinnings of cross-cultural differences in risky decision making. Social Cognitive and Affective Neuroscience. 15(6), 671-680. doi: https://doi.org/10.1093/scan/nsaa078 .

Cerqueira, A. J. F., Júnior, C. V. D. O. C., & Dias Filho, J. M. (2021). O ASPECTO CONSERVADOR DA FORMAÇÃO EM CONTABILIDADE NO AMBIENTE DE AVERSÃO À PERDA DIANTE DE VALORES CULTURAIS. Revista Universo Contábil, 16(4). doi: http://dx.doi.org/10.4270/ruc.2020425

Dohmen, T., Falk, A., Huffman, D., Sunde, U., Schupp, J. and Wagner, G. G. (2011). ‘Individual risk attitudes: Measurement, determinants, and behavioral consequences’. J. Eur. Econom. Assoc. 9(3), 522–550

Doupnik, T. S. & Riccio, E. L.(2006).The influence of conservatism and secrecy on the interpretation of verbal probability expressions in the Anglo and Latin cultural areas, The International Journal of Accounting, 41(3),237-261.https://doi.org/10.1016/j.intacc.2006.07.005

Eckel, C. C. and Grossman, P. J. (2008). ‘Men, women and risk aversion: Experimental evidence’. In C. R. Plott and V. L. Smith (Eds.). Handbook of Experimental Economics Results, Vol. 1. Amsterdam: Elsevier, pp. 1061–1073

Escandon-Barbosa, D., Ramirez, A., & Salas-Paramo, J. (2022). The effect of cultural orientations on country innovation performance: hofstede cultural dimensions revisited?. Sustainability, 14(10), 5851. DOI: https://doi.org/10.3390/su14105851

Fan, J. X., & Xiao, J. J. (2006). Cross-cultural differences in risk tolerance: a comparison between chinese and americans. Journal of Personal Finance.5 (3), 54-74. doi: 10.2139/ssrn.939438

Fonseca, A. C. P. D. (1999). Percepções de Incerteza em um Sistema de Planejamento e Controle: um Estudo Comparativo Brasil – Inglaterra. Revista de Administração Contemporânea. 3(3), 57-80. doi: 10.1590/S1415-65551999000300004

Fehr-Duda, H., De Gennaro, M. and Schubert, R. (2006). ‘Gender, financial risk, and probability risk, and probability weights’. Theory Decision 60(2–3), 283–313.

Gerlach, P., & Eriksson, K. (2021). Measuring cultural dimensions: external validity and internal consistency of Hofstede's VSM 2013 Scales. Frontiers in Psychology, 12, 662604. DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.662604

Goularte, A. D. C., & Zilber, S. N. (2019). The moderating role of cultural factors in the adoption of mobile banking in Brazil. International Journal of Innovation Science, 11(1), 63-81. DOI:10.1108/IJIS-11-2017-0119

Hofstede, G., Hofstede, G. J., & Minkov, M. (2010b). Cultures and organizations: Software of the mind (3a ed.). Mc Graw Hill.

Hofstede, G., Hilal, A. V. G., Malvezzi, S., Tanure, B., & Vinken, H. (2010a). Comparing Regional Cultures Within a Country: Lessons From Brazil. Journal of Cross-Cultural Psychology. 41(3), 336-352. doi: 10.1177/0022022109359696

Hofstede, G. (1984). Culture's consequences: International differences in work-related values (Vol. 5). sage.

Hofstede, G., & Minkov, M. (2013). Values Survey Module (VSM). Recuperado em 15 de junho, 2021, de https://geerthofstede.com/research-and-vsm/vsm-2013/.

Hsee, C. K., & Weber, E. U. (1999). Cross-national differences in risk preference and lay predictions. Journal of Behavioral Decision Making. 12 (2), 165-179. doi: 10.1002/(SICI)1099-0771(199906)12:2<165::AID-BDM316>3.0.CO;2-N

Huynh, A. N. Q., & Huynh, T. L. D. (2021). Book Review “Cultural Finance: A World Map of Risk, Time and Money” by Thorsten Hens, Marc Oliver Rieger, and Mei Wang. Singapore: World Scientific Publishing Co. Pte. Ltd., 2020; ISBN 9789811221958. Journal of Risk and Financial Management, 14(6), 262. doi: https://doi.org/10.3390/jrfm14060262

Kahneman, D., & Tversky, A. (1979). Prospect theory: an analysis of decision under risk. Econometrica. 47(2), 263-291. doi: 10.2307/1914185

Kahneman, D., Knetsch,J.L. & Thaler, R.H. (1991). Anomalies: The endowment effect, loss aversion, and status quo bias. Journal of Economic Perspectives, 5(1), 193-206. https://doi.org/10.1257/jep.5.1.193

Kimura, H. (2003). Aspectos comportamentais associados às reações do mercado de capitais. Revista de Administração de Empresas-eletrônica. 2(1), 1-14. doi: 10.1590/S1676-56482003000100007

Kyriacou, A. (2016). Individualism–collectivism, governance & economic development. European Journal of Political Economy, 42, 91–104.

Hajikhameneh, A.; Kimbrough, E. (2017). Individualism, collectivism, & trade. E.O. Exp Eco.

Laban, J. (2017). Culture, Conformity, and Risk Attitudes: An Experimental Analysis. Social Science Research Network-SSRN. Recuperado em 20 de dezembro, 2020, de https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3129799.

Lacerda, D. (2011). Cultura organizacional: sinergias e alergias entre Hofstede e Trompenaars. Revista de Administração Pública. 45(5), 1285-1301. doi: 10.1590/S0034-76122011000500003

Lobão, J. (2012). Finanças Comportamentais: Quando a economia encontra a Psicologia. Coimbra: Conjuntura Actual Editoria. S.A.

Minkov, M. (2011). Cultural differences in a globalizing world. Bingley. UK: Emerald.

Rebequi, T. (2015). Diferenças culturais brasileiras e suas implicações na experiência do usuário em interfaces web. Recuperado em 10 de novembro, 2020, de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100131/tde-15102015-092128/publico/5875920corrigida.pdf.

Rehman, A. U. (2022). Consumers' perceived value of luxury goods through the lens of Hofstede cultural dimensions: A cross‐cultural study. Journal of Public Affairs, 22(4), e2660. DOI: https://doi.org/10.1002/pa.2660

Rieger, M. O., Wang, M., & Hens, T. (2015). Risk preferences around the world. Management Science. 63(3), 637-648. doi:10.1287/mnsc.2013.1869

Rieger, M. O., Wang, M., & Hens, T. (2011). Prospect Theory around the world. SSRN Eletronic Journal. doi:10.2139/ssrn.1957606.

Ruggeri, K., Alí, S., Berge, M. L., Bertoldo, G., Bjørndal, L. D., Cortijos-Bernabeu, A., ... & Folke, T. (2020). Replicating patterns of prospect theory for decision under risk. Nature human behaviour, 4(6), 622-633. DOI: https://doi.org/10.1038/s41562-020-0886-x

Santana, D. L., Mendes, G. A., & Mariano, A. M. (2014). Estudo das dimensões culturais de Hofstede: análise comparativa entre Brasil. Estados Unidos e México. C@LEA – Revista Cadernos de Aulas do LEA. 3, 1 – 13. Recuperado em 10 de novembro, 2020, de http://www.uesc.br/revistas/calea/edicoes/rev3_artigo1.pdf.

Soares, H. F. G., & Barbedo, C. H. S. (2013). Desempenho acadêmico e a Teoria do Prospecto: estudo empírico sobre o comportamento decisório. Revista de Administração Contemporânea. 17(1),64-82. doi: 10.1590/S1415-65552013000100005

Souza, B. M., Lourenço, C. M., & Santos, F. C. A. (2018). Dimensões culturais no desenvolvimento de Product Service Systems. GEPROS, Gestão da Produção, Operações e Sistemas. 13(1), 89 -104. doi: 10.15675/gepros.v13i1.2005

Statman, M. (2008). Countries and culture in behavioral finance. CFA Institute Conference Proceedings Quarterly. 25(3), 37-44. doi: 10.2469/cp.v25.n3.6

Wang, M., Rieger, M. O., & Hens, T. (2015). How Time Preferences Differ: Evidence from 53 Countries. Journal of Economic Psychology, 52, 115-135. doi: 10.1016/j.joep.2015.12.001

Weber, E. U., & Hsee, C. (1998). Cross-Cultural Differences in Risk Perception, but Cross-Cultural Similarities in Attitudes towards Perceived Risk. Management Science, 44(9), 1205–1217. doi:http://www.jstor.org/stable/2634710

Downloads

Publicado

14/11/23