HOME OFFICE TRANSNACIONAL

TRABALHADORES BRASILEIROS EM MOBILIDADE GLOBAL VIRTUAL

Autores

Palavras-chave:

Home office, Teletrabalho transnacional, Mobilidade, Globalização

Resumo

Com o avanço da globalização e das ferramentas digitais é possível assumir trabalhos via home office para empresas locais ou, até mesmo, para o outro lado do mundo. Este estudo visa investigar mobilidades relativas ao trabalho em home office de brasileiros que atuam no mercado internacional. Foram coletadas narrativas de 14 trabalhadores de carreiras diversas. Os resultados apontam que (i) as formas de ingresso no home office transnacional ocorreram devido a mobilidades geográficas anteriores, como trabalho, estudo e turismo no exterior, bem como ao uso de ferramentas para mobilidade tecnológica como plataformas digitais, Google, LinkedIn, e Whatsapp; (ii) apenas um entrevistado é contratado como funcionário por empresa estrangeira, os demais são autônomos, trabalham por contrato e prestam serviços para empresas e/ou via plataformas digitais. A remuneração em moeda estrangeira acima do valor do mercado brasileiro é vista como vantagem; (iii) o investimento em si e em equipamentos tecnológicos e de infraestrutura do home office são necessários para acessar oportunidades de vagas globais via mobilidade tecnológica. A acentuada flexibilização do trabalho aliada à mobilidade tecnológica e à imobilidade geográfica, evidencia uma nova modalidade de trabalho propiciada pela mobilidade global virtual que denominou-se home office transnacional.

Biografia do Autor

Laura Alves Scherer, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento

Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Pampa - Campus Santana do Livramento. Doutora em Administração, linha Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

Vanessa de Jobim Leal, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento

Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade da Região do Campanha e em Administração pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento.

Referências

Abílio, L. C. (2020). Plataformas digitais e uberização: Globalização de um Sul administrado? Contracampo, 39(1), 12-26. https://doi.org/10.22409/contracampo.v39i1.38579

Aderaldo, I. L., Aderaldo, C. V. L., & Lima, A. C. (2017). Aspectos críticos do teletrabalho em uma companhia multinacional. Cadernos EBAPE.BR, 15(spe), 511–533. https://doi.org/10.1590/1679-395160287

Antunes, R., & Filgueiras, V. (2020). Plataformas digitais, Uberização do trabalho e regulação no Capitalismo contemporâneo. Contracampo, 39(1), 27-43. https://doi.org/10.22409/contracampo.v39i1.38901

Basso, D. M., & Barreto Junior, I. F. (2018). O teletrabalho e a supressão de seus direitos na Reforma Trabalhista. Revista do Direito do Trabalho e Meio Ambiente do Trabalho, 4(1), 59 -76. http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9857/2018.v4i1.4301

Bitencourt, M. (2014). Teletrabalho Transnacional: Colisão de princípios fundamentais na composição dos conflitos de leis trabalhistas no espaço. Panorama Legal, 5(1), 13-18.

Bonneau, C., Aroles, J., & Estagnasié, C. (2023). Romanticisation and monetisation of the digital nomad lifestyle: The role played by online narratives in shaping professional identity work. Organization, 30(1), 65-88. https://doi.org/10.1177/13505084221131638

Corporaal, G., & Lehdonvirta, V. (2017). How fortune 500 firms are adopting online freelancing platforms. Oxford: Oxford Internet Institute.

Corso, K. B., Behr, A., & Freitas, H. M. R. (2015). Contextos móveis: hábitos e práticas de uso de tecnologias móveis de gestores de uma instituição de ensino superior. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, 10(3), 284-393. DOI: 10.7177/sg.2015.v10.n3.a4

Corso, K. B., Cavedon, N. R., & Freitas, H. M. R. (2015). Mobilidade espacial, temporal e contextual: um estudo de inspiração etnográfica sobre o trabalho móvel em shopping center. Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, 8(1), 141-156. https://doi.org/10.5902/198346597242

Coutinho, R. L. (2020). Uberização das relações de trabalho: uma abordagem transnacional a partir da interrelação entre Direito Público e Privado. Revista Eletrônica do CEJUR, 2(5), 5-27. http://dx.doi.org/10.5380/cejur.v2i5.77625

Creswell, J. W. (2014). Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Porto Alegre: Penso.

David, J. K.S., Pires, T. G., & Dias, M. N. P. (2023). O direito transnacional do trabalho e a emancipação do teletrabalho a partir da pandemia da Covid-19. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, 6, 1-27. https://doi.org/10.33239/rjtdh.v6.170

De Stefano, V. (2017). Labour is not a technology – reasserting the declaration of philadelphia in times of platform-work and gig-economy. IUSLabor. https://core.ac.uk/download/pdf/155003521.pdf.

Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (1943). Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Presidência da República. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm

Decreto nº 1.457, de 17 de abril de 1995. (1995). Promulga o Acordo de Seguridade Social ou Segurança Social entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Portuguesa, de 7 de maio de 1991. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/D1457.htm.

Fincato, D. P. (2011). Meio ambiente laboral e teletrabalho. [Apresentação de trabalho]. IV Congresso Ibero-Americano de Teletrabalho e Teleatividades, Magister, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Fincato, D.P., & Bitencourt, M. (2015). Ciber como local de trabalho: o problema (ou a solução?) do teletrabalho transnacional. Revista Quaestio Iuris, 8(4), 2237-2263.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2021). Home office concentrou 17,4% do total de rendimentos do trabalho em novembro. https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=37463&catid=3&Itemid=3.

Leite, A. L., Lemos, D. C., & Schneider, W. A. (2019). Teletrabalho: uma revisão integrativa da literatura internacional. Contextus- Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 17(3), 187-210. https://doi.org/10.19094/contextus.v17i3.42743

Messenger, J. C., & Gschwind, L. (2016). Three generations of Telework: New ICTs

and the (R)evolution from Home Office to Virtual Office. New Technology, Work and Employment, 31(3), 195-208. https://doi.org/10.1111/ntwe.12073

Selmer, J., Dickmann, M., Froese, F.J., Lauring, J., Reiche, B.S., & Shaffer, M. (2022). The potential of virtual global mobility: implications for practice and future research. Journal of Global Mobility, 10(1), 1-13. https://doi.org/10.1108/JGM-07-2021-0074

Stringhi, E. (2022). Addressing gendered affordances of the platform economy: the case of UpWork. Internet Policy Review, 11(1). https://doi.org/10.14763/2022.1.1634

Stürmer, G., & Fincato, D. (2020). Teletrabalho em tempos de calamidade por Covid19: Impacto das medidas trabalhistas de urgência. In A. Belmonte, L. Martinez, & N. Maranhão (Coord.), Direito do Trabalho na Crise da COVID-19, (p. 341-363). Editora Jus Podivm.

Toledo Filho, M. C. (2019). O teletrabalho na perspectiva da reforma trabalhista brasileira e do direito comparado. Revista Eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, 8(75), 178-192. https://hdl.handle.net/20.500.12178/115874

Zylberstajn, H. (2018). Novas Tecnologias, globalização e relações de trabalho. In Organização Internacional do Trabalho (Org.), Futuro do Trabalho no Brasil: Perspectivas e Diálogos Tripartites (pp. 38-40) OIT.

Downloads

Publicado

19/04/24

Edição

Seção

Artigos