Rua de mão dupla

paredes grafitadas de Belo Horizonte e muros de Pompeia e da cidade do sol. Fotografia e contemplação.

Autores

  • Aroldo Dias Lacerda
  • Júnia Sales Pereira

Palavras-chave:

fotografia, cidade educadora, educação das sensibilidades

Resumo

Por meio de fotografias de uma esquina do centro de Belo Horizonte - MG, o artigo apresenta como as paredes grafitadas de hoje podem evocar – em um diálogo diacrônico - inscrições rupestres e de paredes de cidades antigas, reais ou imaginadas. O objetivo central é indicar como estas reminiscências podem colaborar para a instauração de uma cidade educadora das sensibilidades, retomando de outro modo a utopia de Campanella em sua Cidade do Sol. Pressupomos que flanar pelas ruas das grandes metrópoles atuais seja possível, desde que se assuma a posição de um atento(a) observador(a) perpassado(a) por um olhar investigativo e sensível, atento aos estímulos visuais e que se coloca em um distanciamento propício, para evitar ser arrastado(a) pela
multidão e ser “levado(a) pela cadência de seus passos”. A educabilidade das cidades, cá e lá, em algum ponto da história se enuncia e elas se tocam. De acordo com Walter Benjamin, “articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como de fato ele foi’. Significa apropriar-se de
uma reminiscência, tal como ela relampeja num momento de perigo” . Trata-se, dessa forma, de horizontes de visada em que presente e passado se enlaçam por entremeio de imagens. Assim, a via de mão dupla anunciada desde o início também importa futuros, postos em perspectiva.

Biografia do Autor

Aroldo Dias Lacerda

Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFMG (2012). Graduado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG (2009). Desde 2013, está professor do curso de Pedagogia EaD, do curso de Psicologia e da Pós-Graduação lato sensu em Psicopedagogia da Universidade FUMEC e da Pós-Graduação lato sensu em Psicopedagogia da PUC Minas (2021 -). Desde 2007, trabalha com formação em Artes Visuais com professoras(es) da Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte/MG. Contato: aroldolacer@gmail.com

Júnia Sales Pereira

Doutora em História, ex-professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UFMG, ex-coordenadora do Labepeh – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História. Trabalhou especialmente com Educação em Museus, Ensino de História e Educação Indígena. Faleceu aos 50 anos em 28/07/2019, tendo nascido em 12/8/1968. A publicação póstuma deste artigo é uma homenagem à sua atuação docente exemplar, generosa e instigante.

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Publicado

11/11/22

Edição

Seção

Artigos