A PRESENÇA DE MULHERES CRIA VALOR ÀS EMPRESAS?

Autores

  • Anie Levinbuk Schmiliver
  • Marcella Scaraficci Teixeira
  • Mariana Domingues Brandão
  • Vitória Dantas Andrade
  • Michele Nascimento Jucá

DOI:

https://doi.org/10.21714/pretexto.v20i3.6700

Palavras-chave:

Diversidade de gênero, Governança corporativa, Valor das empresas, Performance financeira, Regressão cross section com dados empilhados

Resumo

Mecanismos de governança corporativa são instrumentos relevantes na criação de valor e melhoria da performance financeira das empresas, destacando-se o papel do conselho de administração e diretoria. Segundo a teoria institucional, a simples presença de mulheres no conselho administrativo e diretoria sinaliza o reconhecimento e sucesso alcançados por elas na empresa. Assim, este estudo tem por objetivo verificar as seguintes hipóteses. H1: A presença de mulheres no conselho de administração e diretoria aumenta o valor da empresa e H2: A presença de mulheres no conselho de administração e diretoria melhora a performance financeira da empresa. A amostra final é composta por 113 companhias brasileiras não financeiras de capital aberto, entre os anos de 2010 e 2017, listadas na Brasil, Bolsa, Balcão. A confirmação de ambas as hipóteses ocorre por meio de estatística descritiva, análise de correlação e modelo de regressão pooled cross section.

Referências

ADAMS, B.; FERREIRA, D. Women in the boardroom and their impact on governance and performance. Journal of Financial Economics, v.94, n.2, p. 291–309, 2009

ALMEIDA, R. S.; KLOTZLE, M. C.; PINTO, A. C. F. Composição do conselho de administração no setor de energia elétrica do Brasil. Revista de Administração da UNIMEP, v. 11, n. 1, p. 156-180, 2013.

ANDERSON, D R; SWEENEY D J; WILLIAMS T A. Estatística aplicada à administração e economia. São Paulo: Cengage Learning, 2008

ANDRADE, R. A teoria do capital humano e a qualidade da educação nos estados brasileiros. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2010. Monografia (Faculdade de Ciências Econômicas) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/25425>. Acesso em: 01 abril 2018.

BASTOS D. D.; BASSO L. F. C.; NAKAMURA W. T. Determinantes da estrutura de capital das companhias abertas na América Latina: um estudo empírico considerando fatores macroeconômicos e institucionais. Revista de Administração Mackenzie, v.10, n.6, p. 47-77, 2009.

BASTOS D. D.; NAKAMURA W. T. Determinantes da estrutura de capital das companhias abertas no Brasil, México e Chile no período 2001-2006. Revista Contabilidade & Finanças, USP, v.20, n.50, p. 75-94, 2009.

BATHULA, H. Board characteristics and firm performance: Evidence from New Zealand. Auckland: Auckland University of Technology, 2008. Tese de Doutorado (PhD em Filosofia) - Auckland University of Technology, Nova Zelândia, 2008. Disponível em http://aut.researchgateway.ac.nz/bitstream/handle/10292/376/BathulaH.pdf?sequence=4&isAllowed=y>. Acesso em: 22 junho 2018.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo: fatos e mitos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1980

BECKER, G. Human capital: a theoretical and empirical analysis, with special reference to education. Chicago: University of Chicago Press, 1964.

BILIMORIA, D. Building the business case for women corporate directors. Journal of Business Ethics, v.14, n.1, p. 25-40, 2000.

BLUM, T. C.; FIELDS, D. L. Organization-level determinants of women in management. Academy of Management Journal, v.37, n.2, p. 241-269, 1994

BRASIL. Decreto lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 26 de março de 2018.

BURKE, R. J. Women on corporate boards of directors: views of Canadian chief executive

officers. Women in Management Review, v.9, n.5, p. 3-10, 1994

BOSCIA, V.; MARCHETTI, P.; STEFANELLI, V. Do the women matter in co-operative banks’ boards? Journal of Governance and Regulation, v.4, n.3, p. 57-66, 2015

BYRON, K.; POST, C. Women on boards and firm financial performance: a meta-analysis

Corporate Governance: An International Review. v.24, n.4, p. 428-442, 2016

CAMPBELL, K.; MINGUEZ-VERA, A. Gender diversity in the boardroom and firm financial performance. Journal of Business Ethics, v.83, n.3, p. 435-451, 2008

CARDOSO, A; HANASHIRO, D.M.M. Percepção masculina sobre as barreiras das mulheres executivas. Pretexto, v. 19, n.1, p.73-89, 2018.

CARTER, D.; SIMKINS, B.; SIMPSON, W. Corporate governance, board diversity, and firm value. Financial Review, v.38, n.1, p. 33–53, 2003

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). O mercado de valores mobiliários brasileiro. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 2014.

COOK, A.; GLASS C. Women on corporate boards: do they advance corporate social responsibility? 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0018726717729207>. Acesso em: 01 abril 2018.

CORREIA, L. F; AMARAL, H. F. Arcabouço teórico para os estudos de governança corporativa: os pressupostos subjacentes à teoria da agência. Revista de Gestão, v.15, n.3, p. 1-10, 2008.

DAILY, C. M.; DALTON, D. R. Women in the boardroom: a business imperative. The Journal of Business Strategy, v.24, n.5, p.8-9, 2003

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Estudos e Pesquisa. Mulheres 2013. A inserção das mulheres nos mercados de trabalho metropolitanos e a desigualdade nos rendimentos. Disponível em: https://www.dieese.org.br/analiseped/ 2013/2013pedmulhermet.pdf>. Acesso em: 18 abril 2018

DEZSO, C; ROSS, D G. Does female representation in top management improve firm performance? A panel data investigation. 2012. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1088182>. Acesso em: 01 abril 2018.

DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in an organizational field. American Sociological Review, v.48, n.2, p. 147-160, 1983

FAMA, F.; JENSEN, M. Agency problems and residual claims. Journal of Law and Economics, v.26, n.2, p.288–307, 1983.

FÁVERO, L. P; BELFLORE, P. P; SILVA F. L; CHAN B. L. Análise de dados: modelagem multivariada para a tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

FERREIRA, D. Board diversity. In: BAKER, H. K.; ANDERSON, R. Corporate governance: a synthesis of theory, research, and practice, USA: John Willey, 2010, chapter 12.

GARCIA-MECA, E; GARCIA SANCHEZ, I M; MARTINEZ-FERRERO, J. Board diversity and its effects on bank performance: An international analysis. Journal of Banking & Finance, Elsevier, v.53, n.C, p. 202-214, 2015

GREENE, T., JAME, R. Company name fluency, investor recognition, and firm value. Journal of Financial Economics, v.109, n.3, p. 813–834, 2011.

GUJARATI, D; PORTER D C. Econometria básica. São Paulo: AMGH, 5. ed., 2012.

HILLMAN, A.; DALZIEL, T. Boards of directors and firm performance: integrating agency and resource dependence perspectives. Academy of Management Review, v.28, n.3, p.383–396, 2003.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das boas práticas para reuniões do conselho de administração. São Paulo, 2010. Disponível em http://www.ibgc.org.br/userfiles/9.pdf>. Acesso em: 26 março 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. v.4, São Paulo, 2009. Disponível em http://www.ibgc.org.br/userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf>. Acesso em: 04 abril 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Guia de orientação para o gerenciamento de riscos corporativos. Série Cadernos de Governança Corporativa, v.3, São Paulo, 2007. Disponível em http://www.ibgc.org.br/userfiles/3.pdf>. Acesso em: 25 março 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). IBGC incentiva a presença de mulheres na governança corporativa. 2015. Disponível em http://www.ibgc.org.br/index.php/19412/IBGC-incentiva-a-presenca-de-mulheres-na-Governanca-Corporativa>. Acesso em: 30 março 2018.

ISIDRO, H.; SOBRAL, M. The effects of women on corporate boards on firm value, financial performance, and ethical and social compliance. Journal of Business Ethics, v.132, n.1, p. 1-19, 2015.

JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs, and ownership structure. Journal of Financial Economics, v. 3, n. 4, p. 78-79, 1976.

KHUDZARI, J.; `SORI Z.M. Gender diversity in the boardroom and firm performance of Malaysian public listed companies. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 65, n.1, p. 1077-1085, 2012

KIM, B.; BURNS, M.; PRESCOTT, J. The strategic role of the board: The impact of board structure on top management team strategic action capability. Corporate Governance: An International Review, v.17, n.6, p.728–743, 2009.

KIM, D.; STARKS, L. T. Gender diversity on corporate boards: do women contribute unique skills? American Economic Review, v.106, n.5, p. 267-71, 2016.

KLÜCK, S. J. Diversity in the board of directors - the effect of woman on firm performance and the gender quota law: a twofold empirical research. Faculty of Economics and Business, University of Amsterdam, 2012. Disponível em: http://www.scriptiesonline. uba.uva.nl/cgi/b/bib/bib-idx?c=uvascript;type=simple;view=reslist;fmt=long;rgn1=id;q1=oai%3aarno%3a443247;sid=b0f9d166a650fc548bafdecac041c4c7;sort=publicationyear;cc=uvascript;page=reslist;start=1;size=10;lang=en>. Acesso em: 04 abril 2018.

LIMA, G.S.; CARVALHO NETO, A; LIMA, M.S; TANURE, B.; VERSIANI, F. O teto de vidro das executivas brasileiras. Pretexto, v. 14, n. 4, p. 65-80, 2013.

LODERER, C.; WAELCHLI, U. Firm age and performance. Discussion paper series in economics and management. Disponível em: http://www.geaba.de/wp-content/uploads/ 2017/07/DP-09-18.pdf>. Acesso em: 20 abril 2018.

LUCENA, C. A. A teoria do capital humano: história, trabalho e capacitação dos trabalhadores. In: CONGRESSO DE PESQUISA E ENSINO EM EDUCAÇÃO, v.2, 2003. Uberlândia. Anais, Uberlândia, 2003.

LOW, D.C.M.; ROBERTS, H.; WHITING, R.H. Board gender diversity and firm performance: Empirical evidence from Hong Kong, South Korea, Malaysia and Singapore. Pacific-Basin Finance Journal, v.35-A, p.381-401, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/ pii/S0927538X15000311>. Acesso em: 26 junho 2018.

MADALOZZO, R. CEOs e composição do conselho de administração: a falta de identificação pode ser motivo para existência de teto de vidro para mulheres no Brasil? Revista de Administração Contemporânea, v.15, n.1, p. 126-137, 2011.

METZ, E.S. Gestão Feminina: A presença das mulheres na liderança de empresas. Ágora - Revista de Divulgação Científica, v.19 n.2, p.169-178, 2014

MEYER J. M; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, v.83, n.2, p. 340-363, 1977.

NGUYEN, H.; FAFF, R. Impact of board size and diversity on firm value: Australian evidence. Corporate Ownership & Control, v.4, n.2, p. 24-31, 2007.

NIELSEN, S.; HUSE, M. The contribution of women on boards of directors: going beyond the surface. Corporate Governance: An International Review. v.18, n.2, p. 136-148, 2010.

OLIVEIRA, C de. A participação feminina nos conselhos de administração e o desempenho corporativo: um estudo sobre as empresas listadas na BM&FBOVESPA de 2002 a 2011. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Dissertação de mestrado (Faculdade de Ciências Contábeis) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2013. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/3182/Carine%20de%20Oliveira.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 01 Maio 2018.

PEREIRA, J. Mulheres nos conselhos de administração medida social ou fonte de valor? Porto: Universidade do Porto, 2013. Dissertação de mestrado (Faculdade de Ciências Econômicas) - Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2013. Disponível em: https://www.google.com/url? sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwjjs4Tf2aPbAhUGhpAKHd62DrsQFggoMAA&url=https%3A%2F%2Fsigarra.up.pt%2Ffep%2Fpt%2Fpub_geral.show_file%3Fpi_gdoc_id%3D142488&usg=AOvVaw2Fn6tOMEv0HkIJHf9C1A-r>. Acesso em 19 abril 2018.

PETERSON, C.; PHILPOT, J. Women’s roles on U.S. Fortune 500 boards: director expertise and committee memberships. Journal of Business Ethics, v.72. n.2, p. 177–196, 2017.

PFEFFER, J.; SALANCIK, G. R. The external control of organizations: a resource dependence perspective. New York: Stanford University Press, 1978.

PUCHETA-MARTINEZ, M C; BEL-OMS, I. The board of directors and dividend policy: the effect of gender diversity. Industrial and Corporate Change, v.25, n.3, p. 523–547, 2016

SANTOS, R. V.; RIBEIRO, E. P. Diferenciais de rendimentos entre homens e mulheres no Brasil revisitado: explorando o “teto de vidro”. 2009. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/eventos/ seminarios/pesquisa/texto06_05_02.pdf>. Acesso em: 01 abril 2018.

SCHULTZ, T. W. Investment in human capital. The American Economic Review, v. 51, n. 1, p. 1-17, 1961.

SILA, V; GONZALEZ, A. HAGENDORFF, J. Women on board: Does boardroom gender diversity affect firm risk? Journal of Corporate Finance, v.36, n.3, p.26-53, 2016

SILVA JÚNIOR, C. P; MARTINS, O. S. Mulheres no conselho afetam o desempenho financeiro? Uma análise da representação feminina nas empresas listadas na BM&FBovespa. Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 12, n. 1, p. 62-76, 2017.

SUDECK, K.; IATRIDIS, G. Female board appointments and stock market reactions: evidence from the German stock market. Investment Management and Financial Innovation, v.11, n.3, p.73-80, 2014.

TOUMI, N. BENKRAIEM, R; HAMROUNI, A. Board director disciplinary and cognitive influence on corporate value creation. Corporate Governance, v.16, n.3, p. 564-578, 2016

VINTILÃ, G; ONOFREI, M; GHERGHINA, C. The effects of corporate board and CEO characteristics on firm value: empirical evidence from listed companies on the Bucharest stock exchange. Taylor & Francis Journals, v.51, n.6, p. 1244-1260, 2015

WOOLDRIDGE, J. M. Introdução à econometria: uma abordagem moderna. São Paulo: Thomson, 2007.

Downloads

Publicado

02/11/19