REMUNERAÇÃO PARA EQUIPES ÁGEIS DE TECNOLOGIA

UM ESTUDO DE PRÁTICAS EM EMPRESAS BRASILEIRAS

Autores

Palavras-chave:

Metodologias ágeis, Práticas de remuneração, equipes ágeis, sistemas de recompensa

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo identificar as diferentes práticas de remuneração aplicadas pelas empresas em suas equipes ágeis de Tecnologia. Para tanto, realizou-se uma abordagem de métodos mistos. A pesquisa quantitativa foi efetuada por meio de um questionário eletrônico formado por dez questões, aplicadas às empresas participantes da pesquisa FIA Employee Experience 2021. Os dados coletados formam uma amostra não probabilística de 290 empresas. A pesquisa qualitativa foi então realizada por meio de entrevistas com profissionais de Remuneração, de três empresas participantes do levantamento, que aplicam algum tipo de prática de remuneração diferenciada para os seus times ágeis. Foi possível identificar que a maior parte das empresas não aplica diferenciação em seu sistema de recompensas para as equipes ágeis, mostrando que esta é ainda uma prática em construção. Quando a diferenciação é aplicada, esta ocorre com prêmios financeiros, concedidos por meio do atingimento de metas essencialmente coletivas, e em salário, já que a remuneração fixa destas equipes apresenta posicionamento em relação ao mercado superior ao das demais áreas. Outras práticas verificadas estão relacionadas à maior flexibilidade e agilidade nas decisões sobre remuneração, gerenciando equipes em faixas salariais mais amplas e com maior autonomia aos gestores em um cenário de maior competividade de mão-de-obra qualificada em Tecnologia.

Biografia do Autor

Fabio Gaglian Camargo, Universidade de São Paulo (USP)

Formação em Engenharia de Produção pela Poli-USP, com duplo diploma pela Ecole des Ponts Paristech (França). Possui especialização em Administração pela FGV-SP e MBA em Recursos Humanos pela FIA. Inglês, francês e espanhol fluentes. Atua desde 2014 como consultor em remuneração estratégica e desde 2017 como consultor independente, realizando pesquisas e projetos que envolvem temas como estrutura organizacional, pesquisas salariais e construção de modelos de remuneração variável.

Joel Souza Dutra, Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação e mestrado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - SP e doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor livre-docente da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão por competências, carreiras, gestão de pessoas, desenvolvimento de lideranças. Coordenador do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas PROGEP/FIA.

Juliana Estácio Rios, Universidade de São Paulo (USP); Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

Doutoranda em Administração na área de Gestão de Pessoas pela FEA USP. Mestre e Bacharel em Administração pela UFMG. Especialista em Gestão de Pessoas pela PUC Minas. Professora na Universidade Federal de Itajubá (Assistente II), no Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG), e no curso de Pós Graduação em Gestão de Pessoas e Gestão Educacional pela mesma Universidade. Coordenadora de Estágio do Curso de Administração (UNIFEI). Coordenadora do Grupo de Área de Atuação (GAA) Organizações e Humanidades. Durante a graduação participou do Programa Educacional Tutorial (PET) sendo certificada pelo MEC. Ademais, trabalhou como bolsista de iniciação científica no Núcleo de Estudos sobre Comportamento, Organizações e Pessoas (NECOP - UFMG), onde hoje é pesquisadora voluntária.

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Publicado

20/12/24

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Artigos