A Atividade Educacional como Ressignificação da Democracia: Um Olhar a partir das Pedagogias de Anísio Teixeira e Paulo Freire
Mots-clés :
educação, democracia, moral, Paulo Freire, Anísio TeixeiraRésumé
Neste artigo discutiremos como a atividade educacional fora mobilizada pelos educadores brasileiros Anísio Teixeira e Paulo Freire na ressignificação da Democracia, partindo do entendimento de que esta seria um ideal moral para a reconfiguração da sociedade, devendo ter no processo escolarizador o eixo central para sua aprendizagem e produção. Veremos como Teixeira defendia uma experiência democrática que não fosse redutível unicamente a uma forma abstrata de igualdade, verificável apenas teoricamente, mas materializável através de práticas e políticas promotoras de equidade. Abordaremos como as ideias de Anísio Teixeira seriam, posteriormente, potencializadas pela de outro educador nacional, Paulo Reglus Neves Freire, indicando o modo como os dois intelectuais divergiram ao longo dos anos em suas posições, embora convergissem na defesa de uma educação gratuita, laica e de qualidade para todos, bases incontornáveis para o progresso em ambos os autores. Refletiremos, assim, a partir da obra fulcral de Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, o conteúdo de tais diferenças, especialmente, pelo alinhamento de Freire com as categorias revolucionárias produzidas na transição dos anos 1960 para os anos 1970. Veremos como em suas reflexões, Educação e Democracia tornam-se conciliáveis apenas por um processo intrinsecamente libertador, uma vez que, para ele, as estruturas da sociedade, em todas as experiências políticas conhecidas, eram marcadas pela lógica da dominação. Discutiremos como que, para Freire, a construção de uma educação libertadora seria calcada na produção das condições de possibilidade para o ser humano “ser mais”, o que daria os contornos da ressignificação da Democracia segundo o referido autor.
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