MÚSICA QUE TOCA
UM ESTUDO SOBRE GOSTO E PRÁTICA NO CAMPO MUSICAL
Palavras-chave:
Comportamento do consumidor, Teoria da prática, Formação do gosto, Rock nacionalResumo
A música representa uma das formas mais comuns de envolvimento cultural, sendo importante compreender, sobretudo no campo do consumo, seus significados enquanto produto. A junção teórica entre prática e gosto no estudo do mercado de música, buscando compreender ações, relações e significados empreendidos pelos indivíduos no que tange às suas práticas de consumo é um importante avanço na agenda de pesquisa no campo da cultura do consumo. Diante disso, o presente artigo teve como objetivo compreender a formação e transformação do gosto musical por meio das práticas de consumo, no contexto de fãs do rock nacional dos anos 1980. A pesquisa qualitativa foi constituída por 16 entrevistas em profundidade com indivíduos acima de 40 anos apreciadores do rock brasileiro dos anos 1980, além de uma entrevista com um importante músico do cenário do rock nacional dos anos 1980. Foram discutidos aspectos como a influência de terceiros no consumo musical dos participantes, a transição do analógico para digital, a transformação do gosto, bem como práticas integrativas e dispersas no consumo de música. Com isso, foi possível observar que as preferências, escolhas e desejos dos consumidores resgatam memórias, vivências, e assumem significados e simbolismos comuns e significativos para cada um deles.
Referências
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of consumer research, 31(4), 868-882.
Arsel, Z., & Bean, J. (2013). Taste regimes and market-mediated practice. Journal of Consumer Research, 39(5), 899-917.
Askegaard, S., & Linnet, J. T. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: Phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11(4), 381-404.
Barcelos, R. H. (2015). O Gosto do consumidor: Reflexão teórica e conceptualização. Revista Interdisciplinar de Marketing, 5(2), 3-18.
Bispo, M. (2013). Estudos baseados em prática: conceitos, história e perspectivas. Revista interdisciplinar de gestão social, 2(1).
Bourdieu, P. (2007). A distinção. São Paulo: Edusp.
Bull, A., & Scharff, C. (2017). ‘McDonald’s music’versus ‘serious music’: How production and consumption practices help to reproduce class inequality in the classical music profession. Cultural Sociology, 11(3), 283-301.
Caetano, M. A. (2016). Spotify e os piratas: Em busca de uma “jukebox celestial” para a diversidade cultural. Revista Crítica de Ciências Sociais, (109), 229-250.
Castañeda, M. (2010). Teorias das práticas na análise do consumo. Ciências Sociais Unisinos, 46(3), 248-255.
Castro, Á. L. de O., Rezende, D. C. de, & Brito, M. J. de. (2021). Por uma partitura integradora: orquestrando a prática e o gosto no consumo musical. ReMark-Revista Brasileira de Marketing, 20(4), 393-421.
Dapieve, A. (1995). BRock: o rock brasileiro dos anos 80. Editora 34.
Datta, H., Knox, G., & Bronnenberg, B. J. (2018). Changing their tune: How consumers’ adoption of online streaming affects music consumption and discovery. Marketing Science, 37(1), 5-21.
De Boise, S. (2016). Post-Bourdieusian moments and methods in music sociology: Toward a critical, practice-based approach. Cultural Sociology, 10(2), 178-194.
Evans, D. M. (2019). What is consumption, where has it been going, and does it still matter?. The Sociological Review, 67(3), 499-517.
Ferraro, A., Bogdanov, D., Serra, X., & Yoon, J. (2019). Artist and style exposure bias in collaborative filtering based music recommendations. arXiv preprint arXiv:1911.04827..
Fuentes, C., Hagberg, J., & Kjellberg, H. (2019). Soundtracking: music listening practices in the digital age. European Journal of Marketing.
Gandia, R. M., de Andrade Ferreira, C., Guimarães, E. R., Sugano, J. Y., & de Rezende, D. C. (2018). The coffee capsules consumption practice. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 12(2), 31-42.
Gherardi, S. (2009). Introduction: The critical power of thepractice lens'. Management learning, 40(2), 115-128.
Gram-Hanssen, K. (2021). Conceptualising ethical consumption within theories of practice. Journal of Consumer Culture, 21(3), 432-449.
Hennion, A. (2001). Music lovers: Taste as performance. Theory, Culture & Society, 18(5), 1-22.
__________ (2010). Gustos musicales: de una sociología de la mediación a una pragmática del gusto. Comunicar, 17(34), 25-33.
Holbrook, M. B. (2005). Customer value and autoethnography: subjective personal introspection and the meanings of a photograph collection. Journal of business research, 58(1), 45-61.
Holbrook, M. B., & Schindler, R. M. (1989). Some exploratory findings on the development of musical tastes. Journal of consumer research, 16(1), 119-124.
Hollebeek, L. D., Malthouse, E. C., & Block, M. P. (2016). Sounds of music: exploring consumers’ musical engagement. Journal of Consumer Marketing, 33(6), 417-427.
Krämer, B. (2018). Online music recommendation platforms as representations of ontologies of musical taste. Communications, 43(2), 259-281.
Kropfeld, M. I. (2022). Lifestyles of enough exploring sufficiency-oriented consumption behavior from a social practice theory perspective. Journal of Consumer Culture, 14695405221095008.
Lembo, A. (2017). Three chords & [somebody’s] truth: Trajectories of experience and taste among hard country fans. Poetics, 60, 62-75.
Ma, X. (2021). What are the temporal dynamics of taste?. Poetics, 84, 101514.
Maciel, A. F., & Wallendorf, M. (2017). Taste engineering: An extended consumer model of cultural competence constitution. Journal of Consumer Research, 43(5), 726-746.
Magaudda, P. (2011). When materiality ‘bites back’: Digital music consumption practices in the age of dematerialization. Journal of consumer culture, 11(1), 15-36.
Magaudda, P., & Minniti, S. (2019). Retromedia-in-practice: A practice theory approach for rethinking old and new media technologies. Convergence, 25(4), 673-693.
Mead, J. A., Hardesty, D. M., & Scott, M. L. (2019). Low detail future variety: Providing affective relief during repetitive music consumption. Psychology & Marketing, 36(11), 975-988.
Miles, M. B., Huberman, A. M., & Saldaña, J. (2018). Qualitative data analysis: A methods sourcebook. Sage publications.
Montoro?Pons, J. D., Caballer?Tarazona, M., & Cuadrado?García, M. (2021). From pirates to subscribers: 20 years of music consumption research. International Journal of Consumer Studies, 45(4), 690-718.
Neves, A. L., & de Rezende, D. C. (2021). “Whoever Sees You Pass By Me Like This": The shaping of identity and consumption of fans of the band Los Hermanos. Consumer Behavior Review, 5(2), 261-277.
Peterson, R. A. (1992). Understanding audience segmentation: From elite and mass to omnivore and univore. Poetics, 21(4), 243-258.
Plessz, M., & Wahlen, S. (2022). All practices are shared, but some more than others: Sharedness of social practices and time-use in food consumption. Journal of Consumer Culture, 22(1), 143-163.
Ponte, L. F., & Campos, R. D. (2018). Taste transformation in the context of social mobility. BAR-Brazilian Administration Review, 15.
Quintão, R. T., Brito, E. P. Z., & Belk, R. W. (2017). The taste transformation ritual in the specialty coffee market. Revista de Administração de Empresas, 57, 483-494.
Reckwitz, A. (2002). Toward a theory of social practices: A development in culturalist theorizing. European journal of social theory, 5(2), 243-263.
Rodrigues, F. L. (2021). A linguagem, a estética e a ideologia na música rock entre os jovens na Comunidade Caverna de Adulão em Belo Horizonte. Interações, 16(1), 93-117.
Santini, R. M., & Salles, D. (2020). O impacto dos algoritmos no consumo de música uma revisão sistemática de literatura. Signos do Consumo, 12(1), 83-93.
Schatzki, T. R. (1996). Social practices: A Wittgensteinian approach to human activity and the social. Cambridge University Press.
__________ (2002). The site of the social: A philosophical account of the constitution of social life and change. Penn State University Press.
Schatzki, T. R., Knorr-Cetina, K., & Von Savigny, E. (Eds.). (2001). The practice turn in contemporary theory (Vol. 44). London: Routledge.
Scherer, F. M. (2006). The evolution of music markets. Handbook of the Economics of Art and Culture, 1, 123-143.
Silva, M. A. dos S. (2018). Cartas, fitas cassete e fanzines: A circulação do metal no Brasil como modelo da dádiva. Metal Music Studies, 4(1), 231-239.
Sinclair, G., & Saren, M. (2019). Guest editorial: marketing and music in an age of digital reproduction. European Journal of Marketing, 53(3), 402-411.
Skandalis, A., Banister, E., & Byrom, J. (2015). Toward a spatial theory of taste formation. ACR North American Advances.
Warde, A. (2005). Consumption and theories of practice. Journal of consumer culture, 5(2), 131-153.
__________ (2014). After taste: Culture, consumption and theories of practice. Journal of Consumer Culture, 14(3), 279-303.
Webster, J. (2020). Taste in the platform age: Music streaming services and new forms of class distinction. Information, Communication & Society, 23(13), 1909-1924.
Welch, D., Halkier, B., & Keller, M. (2020). Introduction to the special issue: Renewing theories of practice and reappraising the cultural. Cultural Sociology, 14(4), 325-339.
Yin, R. K. (2015). Estudo de Caso-: Planejamento e métodos. Bookman editora.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
- Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista Pretexto, editada pela Universidade Fumec, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores, caso haja, a qualquer outro periódico.
- Por meio deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Universidade Fumec e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).
A Revista Pretexto é licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.