CAPACIDADE ABSORTIVA DE EMPRESAS QUE INTERAGEM COM UNIVERSIDADES NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Capacidade de absorção da empresa, Determinantes organizacionais, Inovação, Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM)

Resumo

O objetivo deste artigo é realizar uma análise do efeito de determinantes organizacionais – i.e. confiança nas relações internas e externas, participação dos trabalhadores em projetos inovativos, formalizações e rotinas – sobre as dimensões da Capacidade Absortiva (CA) e o impacto destas sobre a performance inovativa de empresas que interagiram com universidades no Brasil. Aplica-se o método de Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM) para analisar dados primários coletados em 2015-2016 em um survey com empresas que realizaram essa interação. Conclui-se que a CA dessas empresas é determinada por relações pessoais de confiança (interna ou externa) e não por ações internas formalizadas. Tais relações favorecem apenas as dimensões da CA potencial. Porém, apenas a capacidade de assimilação contribui para inovar em produto. Não são identificadas relações significativas entre dimensões da CA e a inovação de processo. Uma das contribuições é identificar determinantes da CA pela geração e exploração de evidências no contexto brasileiro.

Biografia do Autor

André Luiz da Silva Teixeira, Universidade Federal de Alfenas

Doutor em Economia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais

Professor de Economia do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas

Daniel Paulino Teixeira Lopes, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Doutor em Administração pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais

Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Christoffer Alex Souza Pinto, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais

Janaina Ruffoni, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutora em Política Científica e Tecnológica pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas

Professora do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Campus Porto Alegre

Márcia Siqueira Rapini, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais

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Publicado

17/09/21

Edição

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Artigos