SENTIMENTO DOS INVESTIDORES
da crítica às Finanças Tradicionais para as Finanças Comportamentais e Neurofinanças
DOI:
https://doi.org/10.21714/pretexto.v25i2.9837Palavras-chave:
Vieses Comportamentais, Sentimento do investidor, Finanças Tradicionais, Finanças Comportamentais, NeurofinançasResumo
Objetivo: A análise do sentimento do investidor tem recebido atenção em pesquisas financeiras. Assim, objetiva-se apresentar neste ensaio as principais contribuições e motivações para o surgimento das discussões quanto ao sentimento do investidor, o campo de estudo e as teorias que proporcionaram o avanço das discussões nesta temática.
Proposta: Apresentar quais discussões teóricas contribuíram para que o sentimento do investidor passasse a receber atenção em pesquisas financeiras.
Abordagem teórica: As bases teóricas referem-se à: Teoria dos prospectos, Teoria do limite à arbitragem, Teoria da mente, Modelo ABC e Modelo de sistema dual de preferência.
Provocação: Propõe-se o diálogo com discentes e docentes interessando em Finanças e Mercados de capitais, para desenvolvimento de estudos envolvendo vieses comportamentais na tomada de decisão financeira.
Métodos: Este ensaio teórico sintetiza as discussões anteriores acerca dos vieses comportamentais, conferindo ênfase às literaturas que contribuíram para discussões acerca do sentimento do investidor, perpassando por Finanças Clássicas/Tradicionais, Finança Comportamental e Neurofinanças.
Resultados: A partir de críticas quanto a racionalidade ilimitada dos agentes, pressuposto das Teorias Clássicas Financeiras, os vieses comportamentais passaram a receber atenção. A fim de explicar ou compreender esses vieses comportamentais dos investidores na tomada de decisão financeira, foram adicionados insights da psicologia e da neurociência.
Conclusões: Ante o crescimento de pesquisas sobre comportamento e/ou sentimento do investidor, este ensaio fornece propostas/questionamentos para pesquisas futuras e a reflexão sobre a aplicação e análise de dados, principalmente no recente campo da Neurofinanças, permitindo compreender o funcionamento cerebral nas tomadas de decisões financeiras.
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