INTEGRAÇÃO VERTICAL OU CONTRATOS?

Um estudo das estruturas de governança na cadeia de vinhos finos no estado do Paraná

Autores

Palavras-chave:

Economia dos Custos de Transação, Estruturas de governança, Cadeia de vinhos finos

Resumo

O presente estudo busca compreender como se apresentam as estruturas de governança adotadas pelas vinícolas de vinho fino do Paraná. Para tanto, utilizou-se como arcabouço teórico a Economia dos Custos de Transação, com foco nas estruturas de governança, explorando os pressupostos comportamentais e atributos de transação. A pesquisa realizada foi de natureza qualitativa e descritiva, com entrevistas semiestruturadas feitas com gestores de vinícolas, seus fornecedores e o representante da VINOPAR. Os dados foram analisados com a técnica de análise de conteúdo. Como resultados, identificou-se que as estruturas de governança mais utilizadas correspondem aos contratos, majoritariamente, e a integração vertical, em segundo lugar. A alta especificidade da uva favorece transações mais integradas verticalmente, mas também muitas vinícolas adotam contratos, principalmente, em situações em que não é viabilizado condições internas para produzir uvas finas e para redução de custos internos. A necessidade de acompanhamento da uva leva a recorrência frequente das transações e a relacionamentos de longo prazo. A incerteza é motivada, especialmente, por fatores climáticos e questões econômicas. Conclui-se que o estudo possibilitou entender como os custos de transação impactam nas escolhas das estruturas de governança.

Referências

AEN. (2021). O Paraná que faz vinhos e espumantes premiados. Recuperado em outubro, 2021, de: https://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=110412 outubro de 2021.

Associação dos vitivinicultores do Paraná (VINOPAR) (2021). Vinícolas. Recuperado em setembro, 2022, de: https://vinopar.com.br/vinicolas/ setembro de 2022.

Augusto, C. A., Souza, J. P., & Cário, S. A. (2017). Strategic contractual relationships in the automotive sector. Revista de Administração, 52(4), 443–455. https://doi.org/10.1016/j.rausp.2017.08.006

Augusto, C. A., Souza, J. P., & Cario, S. A. (2018). Integração vertical em Montadoras Automotivas. Revista de Administração Contemporânea, 22(5), 704–725. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018170281

Azevedo, P. F. (2000). Nova Economia Institucional: referencial geral e aplicações para a agricultura. Agricultura, 47(1), 33-52.

Bardin, L. (2007). Análise de conteúdo (70ª ed.). Edições.

Bernier, E. T., Valduga, V., Gabardo, W. O., & Gândara, J. M. (2020). Enoturismo na Região Metropolitana de Curitiba: Realidades E desafios de um novo território do Vinho. PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 18(1), 39–56. https://doi.org/10.25145/j.pasos.2020.18.003

Cella, D., Theodoro, C. G., Pavarina, P. R., & Malagolli, G. A. (2021). A vitivinicultura brasileira e suas dificuldades com a concorrência dos vinhos estrangeiros. Revista Brasileira Multidisciplinar, 24(1), 225–241. https://doi.org/10.25061/2527-2675/rebram/2021.v24i1.739

Ciliberti S, Frascarelli A, Martino G. Drivers of participation in collective arrangements in the agrifood supply chain. Evidence from Italy using a transaction costs economics perspective. Annals of Public and Cooperative Economics. 2020;1–23. https://doi.org/10.1111/apce.12263

Cholez, C., Magrini, M., & Galliano, D. (2020). Exploring inter-firm knowledge through contractual governance: A case study of production contracts for faba-bean procurement in France. Journal of Rural Studies, 73, 135–146. https://doi.org/10.1016/j.jrurstud.2019.10.040

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica, 4(16), 386–405. https://doi.org/10.1111/j.1468-0335.1937.tb00002.x

Crook, T. R., Combs, J. G., Ketchen, D. J., & Aguinis, H. (2013). Organizing around transaction costs: What have we learned and where do we go from here? Academy of Management Perspectives, 27(1), 63–79. https://doi.org/10.5465/amp.2012.0008

Cunico, E., Souza, J. P., & Schiavi, S. M. (2020). Contratos de Sustentação de Valor: Uma estrutura de governança Para Ativos específicos, estratégicos E difíceis De Mensurar. Revista Ibero-Americana de Estratégia, 19(4), 11–40. https://doi.org/10.5585/riae.v19i4.17673

Guimarães, A. F., Schiavi, S., Bouroullec, M., & Pereira, J. A. (2022). Value creation and distribution in the Specialty Coffee Chain: A study of the relationship between agents in Paraná, Brazil and Europe. Organizações Rurais & Agroindustriais, 24, 1842. https://doi.org/10.48142/2420221842

Hoeckel, P. H., Freitas, C. A., & Feistel, P. R. (2017). A Política Comercial Brasileira e Sua Influência no Setor Vitivinícola. Perspectiva Econômica, 13(1), 24–43. https://doi.org/10.4013/pe.2017.131.02

Huang, M., Kang, M., & Chiang, J. (2020). Can a supplier benefit from investing in transaction-specific investments? A multilevel model of the value co-creation ecosystem perspective. Supply Chain Management: An International Journal, 25(6), 773–787. https://doi.org/10.1108/scm-09-2019-0347

Ketokivi, M., & Mahoney, J. T. (2020). Transaction cost economics as a theory of supply chain efficiency. Production and Operations Management, 29(4), 1011–1031. https://doi.org/10.1111/poms.13148

Klein, B., Crawford, R. G., & Alchian, A. A. (1978). Vertical Integration, Appropriable Rents, and the Competitive Contracting Process. The Journal of Law & Economics, 21(2), 297–326. http://www.jstor.org/stable/725234

Kosaka, G., Nakagawa, K., Manabe, S., & Kobayashi, M. (2019). The vertical keiretsu advantage in the era of westernization in the Japanese automobile industry: Investigation from Transaction Cost Economics and a resource-based view. Asian Business & Management, 19(1), 36–61. https://doi.org/10.1057/s41291-019-00074-2

Ménard, C. (2004). The economics of Hybrid Organizations. Journal of Institutional and Theoretical Economics, 160(3), 345–376. https://doi.org/10.1628/0932456041960605

Ménard, C. (2018). Research frontiers of new institutional economics. RAUSP Management Journal, 53(1), 3–10. https://doi.org/10.1016/j.rauspm.2017.12.002

Ménard, C. (2021). Hybrids: Where are we? Journal of Institutional Economics, 18(2), 297–312. https://doi.org/10.1017/s1744137421000230

Mello, L. M. R. & Machado, C. A. E. (2022). Vitivinicultura brasileira: panorama 2021. Comunicado Técnico, EMBRAPA, 1-17. http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1149674

Moura, M. F.; Hernandes, J. L.; Pedro Júnior. (2021). Uvas de interesse econômico para vinificação e consumo in natura. Revista Visão Agrícola. 14, 8-13. https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va14-uvas-de-intesse-economico-para-vinificacao-e-consumo-in-natura.pdf

Niederle, P. A. (2011). Compromissos para a qualidade: projetos de indicação geográfica para vinhos no Brasil e na França. (Tese de doutorado). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

North, D. C. (1991). Institutions. Journal of Economic Perspectives, 5(1), 97–112. https://doi.org/10.1257/jep.5.1.97

Oliveira, G. M., Zylbersztajn, D., & Saes, M. S. (2019). Can contracts substitute hierarchy? evidence from high-quality coffee supply in Brazil. British Food Journal, 121(3), 787–802. https://doi.org/10.1108/bfj-01-2019-0048

Pereira, A. J., & Lopes, H. C. (2018). The market for the “old” and the “new” institutional economics. Brazilian Journal of Political Economy, 38(3), 450–468. https://doi.org/10.1590/0101-35172018-2774

Rosales, F. P., Oprime, P. C., Royer, A., & Batalha, M. O. (2019). Supply Chain Risks: Findings from Brazilian slaughterhouses. Supply Chain Management: An International Journal, 25(3), 343–357. https://doi.org/10.1108/scm-03-2019-0130

Schnaider, P. S., Ménard, C., & Saes, M. S. (2018). Heterogeneity of plural forms: A revised transaction cost approach. Managerial and Decision Economics, 39(6), 652–663. https://doi.org/10.1002/mde.2935

Saes, S. (2009). Estratégias de diferenciação e apropriação da Quase-Renda na Agricultura: A produção de Pequena Escala. Annablume.

Trienekens, J. H. (2011). Agricultural value chains in developing countries: a framework for analysis. International Food and Agribusiness Management Review, 14(2): 51-82. https://dx.doi.org/10.22004/ag.econ.103987

Williamson, O. E. (1985). The economic institutions of capitalism: Firms, markets, relational contracting. FREE PRESS.

Williamson, O. E. (1991). Strategizing, economizing, and economic organization. Strategic Management Journal, 12(S2), 75–94. https://doi.org/10.1002/smj.4250121007

Windsperger, J., Hendrikse, G. W., Cliquet, G., & Ehrmann, T. (2017). Governance and strategy of Entrepreneurial Networks: An introduction. Small Business Economics, 50(4), 671–676. https://doi.org/10.1007/s11187-017-9888-0

Zylbersztajn, D. (2018). Measurement costs and governance: Bridging perspectives of transaction cost economics. Caderno de Administração, 26(1), 1. https://doi.org/10.4025/cadadm.v26i1.44220

Downloads

Publicado

20/03/24

Edição

Seção

Artigos