INTEGRAÇÃO VERTICAL OU CONTRATOS?
Um estudo das estruturas de governança na cadeia de vinhos finos no estado do Paraná
Palabras clave:
Economia dos Custos de Transação, Estruturas de governança, Cadeia de vinhos finosResumen
O presente estudo busca compreender como se apresentam as estruturas de governança adotadas pelas vinícolas de vinho fino do Paraná. Para tanto, utilizou-se como arcabouço teórico a Economia dos Custos de Transação, com foco nas estruturas de governança, explorando os pressupostos comportamentais e atributos de transação. A pesquisa realizada foi de natureza qualitativa e descritiva, com entrevistas semiestruturadas feitas com gestores de vinícolas, seus fornecedores e o representante da VINOPAR. Os dados foram analisados com a técnica de análise de conteúdo. Como resultados, identificou-se que as estruturas de governança mais utilizadas correspondem aos contratos, majoritariamente, e a integração vertical, em segundo lugar. A alta especificidade da uva favorece transações mais integradas verticalmente, mas também muitas vinícolas adotam contratos, principalmente, em situações em que não é viabilizado condições internas para produzir uvas finas e para redução de custos internos. A necessidade de acompanhamento da uva leva a recorrência frequente das transações e a relacionamentos de longo prazo. A incerteza é motivada, especialmente, por fatores climáticos e questões econômicas. Conclui-se que o estudo possibilitou entender como os custos de transação impactam nas escolhas das estruturas de governança.
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