Interimagens e cine-sensação: a kinoc-montagem de Vertov e a antimontagem do cinema digital

Autores

  • Rodrigo Fonseca e Rodrigues

Palavras-chave:

Cinema digital, Montagem, Dziga Vertov

Resumo

Neste artigo, abordam-se as experimentações de Dziga Vertov em seu filme Homem com a câmera (1928-1929), em face de paradigmas como o da “montagem transparente”, ainda prevalente no cinema ficcional clássico. Baseando-se na abordagem de conceitos proferidos no Manifesto Kinoc (1922), procura-se demonstrar as potencialidades epistemológicas da poética de Vertov na experimentação do fazer cinematográfico. Sua película, a despeito de se fundar na montagem expressiva, pode provocar problematizações teóricas sobre a infografia no cinema contemporâneo e parece exortar muitos artistas do audiovisual a trabalhar criativamente com a antimontagem. Atentos aos preceitos vertovianos sobre a “interimagem”, alguns cineastas reencontram o poder da “cine-sensação” na (e a despeito) da miríade dos discursos tecnológicos prevalentes no cinema digital.

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