Paradoxos de uma estética digital
Palavras-chave:
audiovisual – estética – imagens técnicas – vanguardaResumo
Este artigo discute o tema de uma estética para o início do século 21, a partir de conceitos sobre a produção audiovisual nos dias atuais. O termo audiovisual, sob a releitura do pensador Vilém Flusser, significa mútua superação de ‘imagem’ e ‘música’ tradicionalmente concebidos, ganhando, ambos, o status informacional de imagem técnica. Partindo da constatação, em demais autores, da aproximação dessa imagem com a própria sintaxe musical, devido a sua inclusão no universo da duração temporal, perguntamos quais itens de uma estética poderiam ser anotados a partir dessa imagem. Nosso objetivo é compará-los com elementos de uma estética do século 20 – principalmente a segunda metade –, os quais o compositor e esteta Hans Joaquim Koellreutter nomeia uma estética relativista do impreciso e do paradoxal. Tomamos a sua teorização como referência, para argumentar como as produções audiovisuais de hoje reverberariam questões das músicas e das artes das vanguardas. Justificamos para este fenômeno a ascensão das estéticas da quantidade, no sentido de complexos culturais formados no (re)encontro de variadas tendências, forjadas em sociedades de massas. Por isto, explicitamos a rede que fundamenta a estética relativista, nas suas afinidades com a Cibernética e a Teoria da informação (teorias propriamente da quantidade e da Estatística), com a Fenomenologia, a física quântica, o misticismo budista e a Semiótica.Referências
ARANTES, Priscila. Arte e mídia: Perspectivas da estética digital. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005
BASBAUM, Sérgio. O primado da percepção e suas consequências no ambiente midiático. Tese de doutorado. Programa de estudos pós-graduados em Comunicação e semiótica. São Paulo, 2005
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. 7ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994
CAGE, John. De segunda a um ano. São Paulo: Editora Hucitec, 1985
DUPUY, Jean P. Nas origens das ciências cognitivas. São Paulo: UNESP, 1996
FLUSSER, Vilém. Bodenlos: uma autobiografia filosófica. São Paulo: Annablume, 2007)
______________. O Universo das imagens técnicas. Elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008
______________. Pós-história: vinte instantâneos e um modo de usar. São Paulo: Duas cidades, 1983
¬¬ KOELLREUTTER, Hans J. (Cadernos de cursos). Belo Horizonte: Centro de estudo e pesquisa em música contemporânea – Extensão UFMG, 1987
MOLES, Abraham. Teoria da informação e percepção estética. (tradução de Helena Parente Cunha). Rio de Janeiro: Tempo brasileiro; Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1978
PLESSNER, Helmuth. Antropologia dos sentidos. In: GADAMER, H. G. & VOGLER, P. (orgs.). Nova Antropologia: o homem em sua existência biológica, social e cultural; São Paulo: EPU, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1977, 7v
PRATES, Eufrásio. Hipermúsica: a Planimetria como técnica hipersígnica de composição musical. In: blog Wagner Ortiz. Sociedade Homo Letteras. Disponível em http://homolitteras.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html acesso em 06.11.2013
SANTAELLA, Lucia. & NOTH, Winfried. Imagem. Cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2008
YOUNGBLOOD, Gene. Expanded cinema. Nova York: P. Dutton & Co., Inc.,1970
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados ficam reservados à Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Fumec. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Revista Mediação é licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.