O duplo aniquilamento de Marielle Franco: fake news como estratégia para liquidar o inimigo

Autores

Palavras-chave:

Fake News, Mídias digitais, Redes sociais

Resumo

Este artigo tem como objetivo debater as fake news como estratégia político-discursiva para o duplo aniquilamento da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Seu aniquilamento moral é entendido aqui como uma tentativa de deslegitimar sua trajetória e seu corpo político, ao serem propagadas, em redes sociais, fake news a seu respeito. Para a análise, foram observados posts publicados no Facebook e Twitter, que circularam de 14/03/2018 a 14/04/2018, com base no conceito de “duplo gatilho argumentativo”, de Breton (2003). A disputa discursiva acirra-se quando figuras públicas também começam a replicar essas notícias falsas, o que conferiria legitimidade às informações compartilhadas. O caso Marielle Franco é emblemático por trazer em si a marca das opressões interseccionais – raça, gênero e classe –, corroborando para seu duplo aniquilamento físico e moral.

Biografia do Autor

Viviane Gonçalves Freitas, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora substituta no Departamento de Ciência Política da UFMG. Pós-doutora em Ciência Política (UFMG, 2019), com bolsa Pós-doutorado Júnior (PDJ/CNPq). Doutora em Ciência Política (UnB, 2017), com bolsa CAPES Demanda Social. Mestra em Comunicação Social (PUC Minas, 2012) e bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo (PUC Minas, 2004). É pesquisadora da Rede de Pesquisas em Feminismos e Política e do Margem - Grupo de Pesquisa em Democracia e Justiça (DCP/UFMG). Autora do livro "Feminismos na imprensa alternativa brasileira: quatro décadas de lutas por direitos" (Paco Editorial, 2018) e organizadora de "Intelectuais negras: vozes que ressoam" (PPGCOM UFMG, 2019) e co-organizadora de "Feminismos em rede" (Zouk, 2019). 

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Publicado

07/10/20