CHAMADA PARA ARTIGOS | Ano 2025 - Número 39 (jul-dez)
CHAMADA PARA ARTIGOS – REVISTA MEDIAÇÃO
Ano 2025 - Número 39 (jul-dez)
Data limite para envio de artigos: 15 de outubro de 2025
Publicação do dossiê: 30 de dezembro de 2025
TEMA DO DOSSIÊ
Comunicação e Interseccionalidades: direitos, afetos, disputas e dissensos
Convidamos a comunidade acadêmica em Comunicação, Artes, Letras, Educação, Direito e áreas afins a enviar artigos para o número 39 da Revista Mediação, cujo dossiê temático versa sobre “Comunicação e Interseccionalidades: direitos, afetos, disputas e dissensos".
O ano de 2025 pode ser considerado simbólico na legislação do nosso país. A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, e a Lei do Feminicídio completam uma década. Não obstante a importância da legislação e suas consequências no combate à violência contra pessoas com deficiência e de gênero, o feminicídio e o capacitismo persistem como problemáticas sociais graves, que merecem a atenção cuidadosa em pesquisas científicas. Este dossiê intenta investigar, refletir e questionar as interrelações socio-políticas em articulação com os desafios interseccionais que atravessam estes fenômenos no campo da Comunicação e áreas afins, tais como Artes, Letras, Educação, Direito, Saúde, entre outras.
Identificamos, nas últimas décadas, uma profícua e renovada produção científica, que se dedica a pensar os desafios para sociedades mais justas e igualitárias a partir de aspectos interseccionais, que considerem fatores que desencadeiam e potencializam desigualdades sociais, culminando em crimes como feminicídio e capacitismo. De que modo construções sociais e seus processos de historicidades sobre racialidades, deficiências, gênero, lesbianidades, transgeneridades e tantos outros que possamos identificar, nomear e tipificar podem contribuir para a compreensão epistemológica do feminicídio e do capacitismo. Neste cenário, permeado por experiências, afetos, direitos, disputas e dissensos, quais corpos encontram ambientes acolhedores e hospitaleiros? Quais outros são percebidos como improváveis e indignos em ambientes sociais, incluindo aqui as ambiências científicas? Em que medida hospitalidade e hostilidade estão em disputa e se conformam como forças que afetam as experiências de mulheres diversas? Quem tem o direito de narrar os outros e a si-mesmo?
Este dossiê, intitulado “Comunicação e Interseccionalidades: direitos, afetos, disputas e dissensos", acolhe artigos sobre pesquisas concluídas ou em desenvolvimento com reflexões teórico-metodológicas e/ou experiências metodológicas, relatos de experiência e narrativas de vida articulados, de modo reflexivo à investigação científica em suas transdisciplinares como nos convocam os fenômenos do feminicídio e do capacitismo. Para além dos conceitos e suas aplicabilidades empíricas, estimula-se a articulação de um pensar que se assuma vulnerável e não se pretenda universalista.
A proposta do dossiê visa promover reflexões que possam colaborar para sociedades inclusivas em suas diversas dimensões, não admitindo nem compactuando, portanto, com quaisquer formas de preconceitos e ataques aos direitos de existência e à dignidade humana.
Apresentamos a seguir uma lista sugestiva de tópicos bem-vindos – mas não exclusivos – para submissão à Revista Mediação.
Sugestão de tópicos a serem abordados:
- Abordagens interseccionais sobre feminicídio e capacitismo
- Estudos midiáticos sobre feminicídio e capacitismo
- Pesquisas transdisciplinares sobre violência de gênero
- Perspectivas afetivas vinculadas às experiências
- Processos de historicidades sobre violência de gênero
- Processos de historicidades sobre capacitismo
- Corpos não normativos e preconceitos
- Disputas, dissensos e direitos humanos na perspectiva de gênero
- Denúncias e reflexões sobre privilégios
- Cultura Def no combate ao capacitismo
- Discursos contra o capacitismo
- Discursos contra a violência de gênero
- Imaginários e representações
- Acessibilidades comunicativa e afetiva
- Acolhimento, liberdade, hospitalidade e hostilidade
- Transgeneridades
- Lesbianidades
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei 13.104/2015. Lei do Feminicídio. Brasília, DF: Presidência da República, 2015.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015.
COORDENAÇÃO DO DOSSIÊ
Sônia Caldas Pessoa
Professora do Departamento de Comunicação Social e pesquisadora permanente do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na linha Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades. Atou um ano como professora visitante no Institut Mines-Télécom (França), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes-Print). A professora, que é autora dos livros "Imaginários sociodiscursivos sobre a deficiência: experiências e partilhas" e “Afetos de mãe: amor, morte e vida”, participou da organização de 16 livros científicos nos últimos anos. Entre eles, está o livro “Comunicação e acessibilidades: um guia para práticas hospitaleiras, realizado em parceria com colegas e com pessoas com deficiência. É bolsista de produtividade (Bolsa PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cocoordenadora da Rádio Terceiro Andar, do Laboratório de Experimentações Sonoras (FAFICH/UFMG) e do Afetos: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Discursos e Experiências. Integra a comissão pedagógica gestora da Formação Transversal em Acessibilidade e Inclusão da UFMG desde 2018. E foi neste ano que recebeu o Prêmio Erasmus+, programa da União Europeia para os domínios da Educação, da Formação, da Juventude e do Desporto para o período de 2014 a 2020, com vistas a apoiar a execução da Agenda Política Europeia para a justiça social, a inclusão, o crescimento e o emprego. É Doutora em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG com estágio doutoral na Université Paris-Est Créteil (UPEC).
Phellipy Jácome
Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais e Pesquisador Permanente do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM/UFMG) na linha de Textualidades Midiáticas. Doutor em Comunicação Social pela UFMG (com estágio doutoral na University of Illinois at Urbana-Champaign, como bolsista Capes-PDSE). Mestre e bacharel em Comunicação pela mesma instituição. Seus interesses de pesquisa e trajetória acadêmica compreendem estudos sobre as narrativas midiáticas, a historicidade dos processos comunicacionais, a temporalidade, a referencialidade e a ficção (tendo o jornalismo - em suas diversas textualidades - como principal objeto). Foi bolsista dos programas Escala Estudantil e Escala Docente da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). É coordenador do Temporona: Coletivo de Ações em Temporalidades e Narrativas e co-coordenador do Laboratório de Experimentações Sonoras (LES-Fafich-UFMG), da Rádio Terceiro Andar e do GT História do Jornalismo, da Rede Alcar. Integra a Rede Historicidades dos Processos Comunicacionais e a Red Latinoamericana Comunicación, Educación e Historia (Comedhi).