ELAS NO RÁDIO

CONTRIBUIÇÕES DE MULHERES BRASILEIRAS AOS ESTUDOS DO MEIO SONORO NO ÂMBITO LUSO-BRASILEIRO

Auteurs-es

Mots-clés :

mulheres; rádio; colonialidade; pesquisa

Résumé

Este estudo sistematiza os resultados de uma cartografia de campo (Martín-Barbero, 2002) que baliza a pesquisa radiofônica a partir de um levantamento exploratório nos anais dos Congressos da Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação entre 2013 e 2019, com foco na presença de mulheres pesquisadoras brasileiras. O recorte são os artigos apresentados no Grupo de Trabalho de Rádio e Meios Sonoros, totalizando 21 trabalhos. Os papers foram analisados quanto à nacionalidade da autoria e das citações nas referências bibliográficas. O objetivo é evidenciar as pesquisadoras brasileiras em meio àqueles que dão status acadêmico ao meio sonoro no âmbito luso-brasileiro. A pesquisa traz uma reflexão a partir da colonialidade do saber (Quijano, 1992; 2005) e nas discussões sobre gênero, no que se refere às problematizações sobre a colonialidade do poder, do saber e do ser (Lugones, 2014). Constatou-se que os autores brasileiros citados compõem um grupo com 33 nomes. Dentro do grupo, destaca-se a significativa presença de autoras mulheres, num total de 18, mais da metade, portanto. Embora o autor mais citado seja homem, dos seis autores mais mencionados, quatro são mulheres, o que mostra um aspecto importante na perspectiva das epistemologias do sul: a presença contundente de mulheres como referências nos estudos radiofônicos no contexto analisado.

Bibliographies de l'auteur-e

João Cubas Martins , UFPR

Relações Públicas formado pela PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e Jornalista formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná). Mestre e Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná (PPGCOM/UFPR).

Valquíria Michela John, UFPR

Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS. Professora do PPGCOM e da graduação do Decom/UFPR. Vice-líder do grupo Nefics. Coordena o grupo Obitel UFPR, integrante da Rede Obitel Brasil. Atua na Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica da UFPR e no Programa Interinstitucional Ciência Cidadã na Escola. Bolsista PQ2 CNPq. É vice-presidente da Compós.

Références

AMARAL, M. E. P. Notas sobre o pensamento decolonial e os estudos da comunicação. Revista Extraprensa - V14(2), pp. 471-487, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.11606/extraprensa2021.181765

Arouche, D. S; Lima, L. S; & Nunes, I. de M. L. Epistemologia feminista: Repensando a ciência a partir das margens. Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, 5(13), 224–237, 2022. https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n13.2022.35

BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política - N11, pp. 89-117, 2013. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2069

Ballestrin, L. M. de A. Feminismos Subalternos. Revista Estudos Feministas, 25(3), 1035–1054, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/%x

AUTORA A; AUTORA B. Referência omitida para preservar o caráter blind review, 2024.

CAMPOS, M. D. Por que SULear? Marcas do Norte sobre o Sul, da escola à geopolítica. Revista Interdisciplinar Sulear - N2, pp. 10-35. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/4140.

CUNHA, M. Prefácio. In: MEDITSCH, E. Teorias do rádio: textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005.

Cunha R; Dimenstein M; Dantas C. Desigualdades de gênero por área de conhecimento na ciência brasileira: panorama das bolsistas PQ/CNPq. Saúde debate. 19º de outubro de 2021 [citado 12º de novembro de 2024];45 (especial 1 out):83-97. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4871

DULCI, T. M. S; MALHEIROS, M. R. Um giro decolonial à metodologia científica: apontamentos epistemológicos para metodologias desde e para a américa latina. In: Revista Spirales, V5(1), pp. 174–193. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/espirales/article/view/2686.

FERNÁNDEZ-SANDE, M.; GALLEGO PÉREZ, I. Diversity, innovation and policies. In: Radio, Sound & Society Journal, V(1), pp. 7-9, Ecrea Radio Research Section, 2016.

KISCHINHEVSKY, M. et al. A consolidação dos estudos de rádio e mídia sonora no século XXI – Chaves conceituais e objetos de pesquisa. In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, V (40), pp. 91-107. Disponível em: https://revistas.intercom.org.br/index.php/revistaintercom/article/view/2802/2092

GARCÍA, J. T. La Escuela del Sur. In: Universalismo constructivo. Madrid: Alianza Editorial, 1984.

Gobbi, M. C. Produção comunicativa das mulheres: um legado ainda pouco conhecido. Revista Estudos Da Condição Humana, n. 1, dez. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.14244/rechu.v1i1.9

GOBBI, M. C. Do silenciamento à palavra: mulheres nos estudos em comunicação na América Latina. Portugal: Ria Editorial, 2022.

GROSFOGUEL, R. Hacia un pluri-versalismo transmoderno decolonial. In: Tabula Rasa, Bogotá, p. 199-215, dez. 2008.

GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p 115-147, março. 2008.

HARDING, S. Ciência y feminismo. Madrid: Ediciones Morata, 1996

HARDING, S. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. Estudos Feministas, v. 1, n. 1, p. 7-31, jan./jun.1993. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0104-026x1993000100002&script=sci_abstract&tlng=en

KANTAR IBOPE MIDIA. Inside audio 2023. São Paulo, 2023. 27 p. Disponível em: https://kantaribopemedia.com/conteudo/estudo/inside-audio-2023/.

LUGONES, M. Rumo a um feminismo descolonial. In: Estudos Feministas, V 22(3), pp. 935-951 Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755/28577.

MAIA, M. C. F. O que é rádio: perspectivas teóricas na pesquisa em Comunicação. 2019. Tese (doutorado). Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília.

MARTÍN-BARBERO, J. Ofício de cartógrafo. Travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

MEDITSCH, E. A Especificidade do Rádio Informativo: um estudo da construção, discurso e objetivação da informação jornalística no rádio, a partir de emissoras especializadas de Portugal e do Brasil em meados dos anos 90. Tese de Doutorado. Lisboa: FCSH/UNL, 1997.

OLIVEIRA, M. Entre a paixão dos profissionais e a discrição dos académicos. In: ZUCULOTO, V; LOPEZ, Debora; KISCHINHEVSKY, Marcelo. In: Estudos Radiofônicos no Brasil: 25 anos do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom em perspectiva. São Paulo: Intercom, 2016.

PRATA, N.; MUSTAFA, I.; PESSOA, S. C. Teóricos e pesquisadores de rádio no Brasil. In: Revista Brasileira de História da Mídia, V(3), pp. 65-82. Disponível em: https://revistas.ufpi.br/index.php/rbhm/article/view/3966/2304

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. In: Journal of world-systems research, V(11), pp. 342-386. Disponível em https://jwsr.pitt.edu/ojs/jwsr/article/view/228/240

QUIJANO, A. Colonialidad y modernidad-racionalidad. 1992. Disponível em: https://www.lavaca.org/wp-content/uploads/2016/04/quijano.pdf.

RINCÓN, O. Carta a quien lea. In: RODRÍGUEZ, C.; BLANCO, C. M.; PARDUCCI, A. M.; RINCÓN, O. (org.). Mujeres de la comunicación. Bogotá: Friedrich Ebert Stiftung Fes Comunicación, 2020. p. 5-7.

ROSÁRIO, N. M. do. Cartografia na comunicação: questões de método e desafios metodológicos. In: MOURA, Cláudia Peixoto; LOPES, Maria Immacolata Vassallo de (Orgs.). Pesquisa em comunicação: metodologias e práticas acadêmicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016.

SALGADO, T. B. P; MATTOS, M. Â. Indícios de colonialidade nas abordagens comunicacionais brasileiras: o primeiro quadriênio dos anais do Encontro Compós (2000-2003). In: Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, V(45). Disponível em: https://revistas.intercom.org.br/index.php/revistaintercom/article/view/3917/2698

SANTOS, B. de S. Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes, In: Novos estudos – CEBRAP, N(79) São Paulo, 2007. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004.

SANTOS, B. de S.; ARAÚJO, S.; BAUMGARTEN, M. As Epistemologias do Sul num mundo fora do mapa. In: Sociologias, V(18), pp. 14-23. DOI: 10.1590/15174522-018004301. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/68312.

SIMÕES, P.; FRANÇA, V. et al. Estudos de jornalismo no Brasil: panorama dos trabalhos apresentados nos encontros da COMPÓS. In: Libero, N(45), pp. 177-190. Disponível em: https://seer.casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/1086/1105

TAVARES, C. Q; MASSUCHIN, M. G; SOUZA, L. L de. A quem recorremos quando falamos sobre gênero na Comunicação? Aspectos de colonialidade e decolonialidade a partir da bibliografia utilizada na pesquisa da área. Comunicação, mídia, consumo. São Paulo, v.18, n.51, p.36-59, jan./abr.2021.DOI https://doi.org/10.18568/cmc.v2i4.36. Disponível em: https://revistacmc.espm.br/revistacmc/article/view/36/pdf.

Téléchargements

Publié-e

11/03/25