Competências midiáticas e mpox
considerações para um contexto de (des)informação
Palavras-chave:
literacia midiática, mpox, (des)informação, discursos, sexualidadeResumo
Doenças como a covid-19 evidenciaram a severidade das desinformações e da disseminação de informações imprecisas nas mídias e plataformas digitais. Em 2022, a mpox ganha destaque no cenário mundial, embora esteja envolta por estigmatizações e patologizações de pessoas homossexuais. Nesse sentido, questiona-se: como o olhar crítico da literacia midiática pode apontar para competências necessárias de serem evidenciadas num cenário de desinformação e estigma, principalmente quando percebemos essas ações sendo propagadas por órgãos oficiais? Objetiva-se, assim, discutir como a literacia midiática pode potencializar a apreensão crítica sobre as informações e desinformações sobre o mpox. Por meio da perspectiva indiciária (Braga, 2008), avança-se teoria e metodologicamente com as cinco competências midiáticas propostas por Paul Mihailidis (2014) — acesso, compreensão, avaliação, apreciação e ação — como um constructo norteador para entendimento de contextos de doenças, direcionando, fundamentalmente, aos discursos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Conclui-se que a literacia midiática se torna aliada para evitar que perigos, como notados nas falas oficiais da OMS, sejam apenas reproduzidos como preconcepções, e não questionados pela população, de forma ponderada, assim como na reivindicação de políticas públicas de atenção para pessoas em condições potenciais de vulnerabilidade.
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