Movimento Clean Girl
misoginia, fascismo e o controle dos corpos a partir das redes sociais
Palavras-chave:
Clean Girl; microfascismo; corpo; estética feminina.Resumo
O artigo investiga o movimento estético Clean Girl como um fenômeno sociopolítico que transcende a moda, atuando como dispositivo de controle simbólico sobre corpos femininos. A estética da neutralidade e da “pureza” impõe comportamentos padronizados, excluindo identidades dissidentes e racializadas, ao mesmo tempo que reforça valores conservadores e eurocêntricos. Ao articular moda, consumo, redes sociais e discursos religiosos, o estudo evidencia como o Clean Girl integra microfascismos cotidianos e práticas de higienização visual. Nesse cenário, a tatuagem surge como gesto de resistência e reinscrição identitária, frequentemente silenciado pelo ideal de corpo neutro e “limpo”. Assim, escolhas estéticas apresentadas como naturais revelam-se estratégias políticas de regulação moral e sociocultural. Conclui-se que a estética Clean Girl não apenas produz imagens, mas também reproduz regimes de poder que disciplinam, apagam e hierarquizam corpos e subjetividades.
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