ENTRE O SILÊNCIO E A RESISTÊNCIA

SIGNOS FEMININOS NA HISTÓRIA E NA CULTURA

Auteurs-es

  • KATIA BIZAN USP

Mots-clés :

Semiótica; Silêncio; Resistência feminina; Patriarcado; Feminicídio.

Résumé

Este artigo propõe uma reflexão teórico-semiótica sobre o silêncio como signo e como gesto de resistência feminina ao longo da história, da cultura midiática e diante das violências de gênero, incluindo o feminicídio. A partir da semiótica de Charles Sanders Peirce, o texto analisa como o silêncio — imposto, assumido ou estratégico — se transforma em linguagem simbólica e instrumento ético de resistência. Ao evocar figuras como Joana d’Arc, Frida Kahlo, Simone de Beauvoir e Clarice Lispector, o estudo investiga a maneira como o patriarcado molda regimes de silenciamento e como as mulheres reconfiguram esses espaços de interdição em enunciações simbólicas. Propõe-se ainda o conceito de silêncio sistêmico, entendido como estrutura semiótica e social que atravessa corpos, instituições e narrativas, naturalizando desigualdades e perpetuando a invisibilidade, e evidenciando contextos de opressão extrema como o feminicídio.

Références

AMARAL, Alexandre Coimbra. Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise. São Paulo: Planeta, 2020.

PEREZ, Clotilde. Os signos do consumo: reflexões sobre o consumo e a vida material. São Paulo: Annablume, 2011.

LERNER, Gerda. (2019). A Criação do Patriarcado - história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix.

MARTINS, Wellington Anselmo. Semiótica de Charles Pierce: O ícone e a primeiridade. Contemplação, v. 12, p. 1-14, 2015. Disponível em:http://fajopa.com/contemplacao/index.php/contemplacao/article/view/93 Acesso em 01 out. 2025.

MOURE, José. Le silence dans le cinéma. Paris: Armand Colin, 2004.

PEIRCE, Charles Sanders. The Essential Peirce: Selected Philosophical Writings. Vol. 2. Bloomington: Indiana University Press, 1998.

Pitta, Danielle Perin Rocha. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand. Curitiba: CRV, 2017.

RUÍZ, Marco Antônio Almeida. O corpo feminino em discurso: memória e (r)existência. Estudos Linguísticos (São Paulo), v. 49, n. 2, p. 1014–1032, jun. 2020. Disponível em: https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/2477?utm_source=chatgpt.com . Acesso em: 12 out. 2025.

SANTAELLA, L. A teoria geral dos signos: Como as linguagens significam as coisas. São Paulo: Cengage Learning, 2000.

STEINER, George. Linguagem e Silêncio: Ensaios sobre a Linguagem, a Literatura e o Inumano. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

Téléchargements

Publié-e

19/12/2025