A tentativa de silenciamento das pessoas com deficiência e a prática emancipadora da comunicação
extensão universitária para a promoção dos direitos humanos na Região das Vertentes, MG.
Mots-clés :
acessibilidade, anticapacitismo, informaçãoRésumé
A eugenia e a prática capacitista são ferramentas cruéis na exclusão das pessoas com deficiência dos espaços de socialização e lazer; reduzem as possibilidades comunicativas e de acessibilidade; mitigam as chances destes grupos de inserção no mercado de trabalho; bem como, limitam a participação e permanência em escolas e universidades, impondo-lhes barreiras humanas e físicas e de difícil transposição. O objetivo da reflexão é identificar a viabilidade da extensão universitária para fomentar a prática/comportamento anticapacitista. Este estudo é feito com a avalição do desenvolvimento e da aplicabilidade da comunicação digna para e/da pessoa com deficiência fomentada pelo projeto de Extensão ‘A falácia da Incapacidade e a estrutura do capacitismo’. A metodologia do artigo concentra-se na compreensão relacional da eugenia e do capacitismo; no diagnóstico de questões candentes ao Capacitismo, de urgente resolução social; bem como, indica os produtos e processos comunicativos desenvolvidos pelo projeto para descontruir a discriminação e ampliar o conhecimento da comunidade sobre as ações excludentes contra esta comunidade, como termos pejorativos, como ‘João sem Braço’ e falta de estrutura arquitetônica e de mobilidade urbana. O estudo demonstrou que as oficinas realizadas com pessoas privadas de liberdade e estudantes; a produção de conteúdos informativos e de manual para imprensa favorecem o combate à discriminação. O público-alvo diretamente alcançado pelo projeto é, de aproximadamente, 150 pessoas e, de maneira indireta, o número estimado é de 50.000 cidadãos.
Références
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